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Para minha amada, Princesa Aninha, qui je vais aimer pour toujours.
Ana Maria era muito amiga de Júlia, a pastora de sua igreja, e frequentemente as duas conversavam. Agora, Ana Maria tinha um noivo que morava em outra cidade, e às vezes ela passava uns dias nessa outra cidade. Todos diziam que o noivado fazia bem à Ana Maria, que vivia mais calma e mais sorridente.
Um dia, quando a Ana Maria voltou de uma dessas viagens, a Júlia foi visitar a Ana Maria, e a encontrou pensativa, com um jeito meio envergonhado, e sentada em uma cadeira por cima de uma almofada.
- Oi Ana.
- Oi Júlia.
- Você está achando essa cadeira muito dura?
A Ana Maria colocou a mão na boca, com uma expressão de vergonha e um sorrisinho amarelo.
- Por causa dessa almofadinha?
- Sim, você acha a cadeira muito dura? Ou se machucou?
- Bom...
A Ana Maria pensou um pouco... e seu rosto ficou um pouco vermelho, encabulado. A donzela olhava para a pastora, pensando se contaria ou não a verdade. Resolveu falar, embora tivesse muita vergonha:
- É que, sabe, o meu noivo... sabe, ele...
- Ele fez o que, Ana?
- Ontem, quando eu estava na casa dele, ele me deu palmadas no bumbum...
Quando a Ana Maria terminou de falar, ficou ainda mais vermelha, com a mão na boca, e olhando para a pastora de lado, pensando no que a Júlia iria achar. A Júlia olhava espantada para a donzela, porque afinal ela era uma moça já bem grandinha para apanhar como criança.
- E então... vocês não são mais noivos?
- Não, ainda somos! Eu amo ele e ele me ama!
- Se é assim, por que ele te deu... palmadas?
- Porque ele me ama, justamente.
- Estranho...
- Bem, eu explico.
E a Ana Maria começou a contar como e porque o noivo dela lhe deu palmadas no bumbum. Foi assim:
“Você sabe, Júlia, que eu sempre tive umas ideias de suicídio. Acho que é influência dos livros que gosto de ler, a poesia e a prosa dos românticos do século XIX. Eles falavam muito da morte. Eu sempre gostei de brincar com isso. Às vezes eu até tentava me matar para tentar reviver as emoções que eu tinha com as leituras. Mas você deve se lembrar disso tudo, eu já comentei.
Bem, foi mais ou menos por isso que eu conheci meu noivo. Ele também gosta de romantismo e escritores clássicos. Nos conhecemos no Orkut, depois começamos a bater papo, aí fomos ficando cada vez mais íntimos... então, ele me convidou para visitá-lo na cidade dele e eu fui. E assim descobrimos que nos amamos e ficamos noivos.
Ele é um bom homem, é calmo e carinhoso, me faz me sentir querida e segura, seu abraço e seus beijos são gostosos, e suas carícias são maravilhosas... ele também se preocupa muito com o futuro e em como vamos viver depois do casamento, como organizaremos nossa vida, essas coisas... mas você já sabe disso, Júlia, o assunto aqui são as palmadas.
Eu me lembro como me senti na primeira vez que ele falou em me castigar. Nós falávamos muito sobre literatura romântica, como já disse, e sobre as heroínas trágicas do romantismo, donzelas que morriam sem amor por causa de obstáculos terríveis, muitas vezes sobrenaturais. A mensagem desses livros era simples: a vida só vale a pena com paixões poderosas e insanas, mas essas paixões sempre provocam alguma tragédia. Eu tinha lido um poema sobre uma donzela que morreu de tuberculose e seu noivo que se matou por causa disso. Eu conversei com ele sobre isso e perguntei se ele seria capaz de se matar se eu morresse.
Meu noivo me mandou calar, porque ele acha que desse tipo de coisa não se deve falar. Bem, ele primeiro pediu, mas eu teimei e aí ele mandou. Ele sabia que eu gostava de brinca de suicida, tinha tentado me matar antes e até já fiquei doente porque tomei uma vez remédios para morrer. Eu penso muito na morte e ele não gosta nada disso. Então, naquele dia eu falei da donzela que morreu antes de conhecer o amor e provocou o suicídio do noivo, e eu falei que achava aquilo lindo e pensei que isso poderia acontecer com a gente. Ele me disse, muito sério:
- Com a morte não se brinca, mocinha. Se eu ouvir você falar de novo nisso, te darei palmadas.
Eu normalmente acharia graça da ideia de levar palmadas, afinal eu não sou criança nem nada, mas meu noivo disse isso tão sério que fiquei com um pouco de medo.
- Está bem, meu bem. Não falo mais.
- Ótimo.
- Da próxima vez eu vou fazer.
Ele olhou bem bravo para mim, nunca tinha visto ele daquele jeito, e fiquei com mais medo ainda. Então falei, para acalmá-lo:
- Querido, você sabe que essas minhas tentativas de suicídio são todas fajutas...
- Eu sei, mas você pode acabar se machucando. E se acontecer um acidente? Você já ficou doente uma vez por causa de remédio que você tomou muito, não se lembra?
Você se lembra desse caso, Júlia? Foi quando eu tomava sonífero por causa de uma insônia. Um dia fiquei muito deprimida por causa de alguma bobagem de mocinha adolescente e tomei o vidro todo de comprimidos. Eu queria só dormir por muito, muito tempo, mas acabei doente de verdade. Tive que ir ao médico e fiquei um mês me tratando, porque fiquei com uma grande dor de cabeça e de estomago. O meu noivo também sabe disso e não quer que se repita.
Naquele dia não falamos mais nisso. Mas aconteceu dias depois que fiquei muito deprimida. Era a perspectiva do casamento próximo, a ideia de viver longe de meus pais e dos meus amigos, as dificuldades que teríamos que enfrentar só com o salário do meu noivo (pelo menos até eu me formar), a solidão que eu sentia na cidade dele, porque na cidade dele as pessoas são mais fechadas e não se comunicam, na cidade dele não se vê vida nas ruas, todo mundo só anda de carro e as crianças não brincam perto das casas, o clima lá também é muito seco e desagradável, tudo isso deprime a gente, até se acostumar a pessoa sofre. E aí, um dia, eu estava deprimida, tinha tido um sonho ruim, e pensei em morrer, em como seria bom morrer e deixar todos os problemas para lá... O meu noivo estava no trabalho e eu escrevi um e-mail para ele, falando em me matar. Eu dizia que era melhor eu morrer, que eu não aprenderia a ser uma dona de casa, que meu destino era morrer sem conhecer o amor, como a donzela do poema, e que isso era o melhor para ele também, porque ele poderia encontrar uma moça com mais juízo e menos tragédia e seria feliz com ela, e eu, eu seria só uma lembrança fugidia, uma sombra na cabeça dele, que de vez em quando o faria suspirar e pensar em como poderíamos ser felizes mas não seria verdade, a verdade é que seriamos infelizes juntos mas eu não poderia viver sem ele, seria infeliz sem ele também, então era melhor morrer e por isso eu iria me matar tomando remédio...
Eu realmente quis morrer. Mas você sabe, Júlia, eu nunca tento o suicídio para valer. Naquela vez que tomei muitas pilulas eu só queria mesmo dormir por vários dias, nas outras vezes me machuco, passo mal, mas não morro. E desta vez foi quase a mesma coisa. Eu sabia que se tomasse muitas pilulas poderia mesmo morrer, mas não tive coragem, eu fiquei só olhando o vidro na minha frente, pensando na morte, mas não tive coragem...
Foi quando meu noivo chegou apavorado. Ele saiu do trabalho e veio correndo para a casa, nem meia hora depois de eu ter mandado o e-mail. Ele estava com o e-mail dele aberto e leu na hora mesma que eu mandei. Ele chegou e correu para cima de mim com muito medo. me viu com o vidro de pilulas na mão e correu para cima de mim. Ele tomou o vidro e me perguntou se eu tinha tomado alguma.
- Você está bem? Está bem, querida? Você tomou alguma coisa? Você se sente bem?
- Sim, meu amor, estou bem, estou bem.
- Sim, você está bem, está bem, graças a Deus, está bem....
E ele me levou até a cama, eu pensei que ele ia me deitar lá mas não, ele se sentou na cama e me deitou de bruços no colo.
- Lembra do que eu disse que faria se você não largasse dessa brincadeira louca de querer morrer? Lembra?
Eu fiquei espantada, porque eu tinha dito para mim mesma que ele não iria fazer o que disse que faria, me dar palmadas. Então eu protestei.
- Querido, não faça isso, por favor, você me ama, não ama?
- Amo sim, muito, e por isso vou fazer isso.
E me deu uma grade palmada no bumbum. Eu estava de saia, e era uma saia fina e muito justa. Não seria uma proteção eficaz, e por isso a palmada doeu muito.
- AIIII... amor, não faz isso, isso doi!
- É para doer mesmo!
E ele continuou a dar palmadas: PLAFT, PLAFT, PLAFT...
- Sabe porque faço isso? - Ele disse enquanto batia: PLAFT, PLAFT, PLAFT.... - é porque te amo! - PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT.... - e eu quero muito uma coisa - PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT... - que você leve a sério quando eu digo que vou te dar palmadas - PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT... - porque eu quero ter certeza - PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT.... - que você vai obedecer e se comportar - PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT.... - porque se eu mandar será sempre para o seu bem, entendeu? - PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT.... - você pode detestar isso - PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT.... - mas prefiro você me detestando e não querendo mais morrer, entendeu? - PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT.... - por isso eu vou te dar muita, mas muita palmada no seu bumbum, para você me levar a sério quando eu falar para você nem tentar mais morrer. E vai ser muita, muita, MUITA!!!
E tome palmada no meu bumbum: PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT...
Eu chorava, porque era muita dor, mas também muita vergonha. E a vergonha era maior porque eu sabia que tinha me comportado muito mal pensando tanto em suicídio e escrevendo besteira para ele e de certa forma merecia as palmadas.
PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT....
E ele acabou de bater... eu estava chorando. Eu acho que ele ainda ia me dar alguma ordem ou uma bronca, mas ele ficou com pena de me ver chorando. Então, ele me abraçou, me beijou, e disse:
- Essa minha noivinha maluquinha que quer morrer... mas agora não quer mais não, né?
- Nãooo... - disse eu, suspirando nos braços dele... o abraço dele é tão gostoso, e por incrível que pareça ficou ainda mais gostoso com as palmadas...
Aí, ele ficou sério, parou com o abraço, me olhou nos olhos e disse:
- Ainda bem que não, porque da próxima vez eu vou levantar a saia e abaixar suas calcinhas!
Eu olhei para ele com medo, porque eu sabia que ela falava sério e ia me dar palmadas mesmo com a saia levantada e sem calcinhas – e eu morreria de vergonha, além da dor!
- Eu sei que prometi que só veria seu corpo depois do casamento, porque você é uma moça séria que quer merecer o belo vestido branco que vai usar, mas se for para minha querida donzela parar de pensar em morte eu faço isso que falei! - ele disse, e me beijou, e disse mais: - eu te amo, querida, eu te amo, eu te amo... por isso que da próxima vez eu vou te levantar a saia e abaixar as calcinhas para te dar palmadas. Eu te amo e te respeito, e eu prometi que não veria seu corpo antes do casamento, mas nesse caso será para que no dia do nosso casamento o seu corpo esteja saudável, vivo e saudável. Porque eu te amo, te amo e te amo....
E ele me beijou e me abraçou de novo, ele realmente me ama muito e me respeita muito... mas ele falou sério, da próxima vez que precisar me dar palmadas ele levantará minha saia e baixará minhas calcinhas.
E o meu bumbum ainda está dolorido, aí.... nem quero mais pensar em tentar me matar de novo nem quero mais falar em morte... só de pensar em apanhar sem saia e sem calcinhas para proteger o bumbum das palmadas eu me arrepio toda de medo... e também tem a vergonha, nossa, homem nenhum ainda me viu nua... seria a maior vergonha da minha vida e pior que seria minha culpa.”
Ana Maria terminou a história, e ela e Júlia ficaram se olhando, pensativas. Depois de alguns minutos a Júlia falou:
- Sabe o que eu acho? Que seu noivo fez muito bem. Você tem que viver, suicídio é um pecado sem perdão. E falar nisso também é pecado. E você não iria sofrer sozinha, seu pai, sua mãe, seus irmãos, seus amigos... todos chorariam por você... seu noivo realmente te ama e ele quis proteger você de você mesma. E sabe o acho? Que ele tem toda razão.
- Eu também acho que ele tem razão, mas agora... agora eu não posso sentar direito! Já tem dois dias que não sento direito, que preciso de uma almofadinha para poder sentar!
A Ana Maria fazia beicinho enquanto esfregava o bumbum... do lado de fora, um passarinho cantava belamente. Aquela espécie de pássaro, segundo uma lenda da região, quando cantava na porta de uma donzela preste a se casar, era um sinal de felicidade no casamento.
Ana Maria era muito amiga de Júlia, a pastora de sua igreja, e frequentemente as duas conversavam. Agora, Ana Maria tinha um noivo que morava em outra cidade, e às vezes ela passava uns dias nessa outra cidade. Todos diziam que o noivado fazia bem à Ana Maria, que vivia mais calma e mais sorridente.
Um dia, quando a Ana Maria voltou de uma dessas viagens, a Júlia foi visitar a Ana Maria, e a encontrou pensativa, com um jeito meio envergonhado, e sentada em uma cadeira por cima de uma almofada.
- Oi Ana.
- Oi Júlia.
- Você está achando essa cadeira muito dura?
A Ana Maria colocou a mão na boca, com uma expressão de vergonha e um sorrisinho amarelo.
- Por causa dessa almofadinha?
- Sim, você acha a cadeira muito dura? Ou se machucou?
- Bom...
A Ana Maria pensou um pouco... e seu rosto ficou um pouco vermelho, encabulado. A donzela olhava para a pastora, pensando se contaria ou não a verdade. Resolveu falar, embora tivesse muita vergonha:
- É que, sabe, o meu noivo... sabe, ele...
- Ele fez o que, Ana?
- Ontem, quando eu estava na casa dele, ele me deu palmadas no bumbum...
Quando a Ana Maria terminou de falar, ficou ainda mais vermelha, com a mão na boca, e olhando para a pastora de lado, pensando no que a Júlia iria achar. A Júlia olhava espantada para a donzela, porque afinal ela era uma moça já bem grandinha para apanhar como criança.
- E então... vocês não são mais noivos?
- Não, ainda somos! Eu amo ele e ele me ama!
- Se é assim, por que ele te deu... palmadas?
- Porque ele me ama, justamente.
- Estranho...
- Bem, eu explico.
E a Ana Maria começou a contar como e porque o noivo dela lhe deu palmadas no bumbum. Foi assim:
“Você sabe, Júlia, que eu sempre tive umas ideias de suicídio. Acho que é influência dos livros que gosto de ler, a poesia e a prosa dos românticos do século XIX. Eles falavam muito da morte. Eu sempre gostei de brincar com isso. Às vezes eu até tentava me matar para tentar reviver as emoções que eu tinha com as leituras. Mas você deve se lembrar disso tudo, eu já comentei.
Bem, foi mais ou menos por isso que eu conheci meu noivo. Ele também gosta de romantismo e escritores clássicos. Nos conhecemos no Orkut, depois começamos a bater papo, aí fomos ficando cada vez mais íntimos... então, ele me convidou para visitá-lo na cidade dele e eu fui. E assim descobrimos que nos amamos e ficamos noivos.
Ele é um bom homem, é calmo e carinhoso, me faz me sentir querida e segura, seu abraço e seus beijos são gostosos, e suas carícias são maravilhosas... ele também se preocupa muito com o futuro e em como vamos viver depois do casamento, como organizaremos nossa vida, essas coisas... mas você já sabe disso, Júlia, o assunto aqui são as palmadas.
Eu me lembro como me senti na primeira vez que ele falou em me castigar. Nós falávamos muito sobre literatura romântica, como já disse, e sobre as heroínas trágicas do romantismo, donzelas que morriam sem amor por causa de obstáculos terríveis, muitas vezes sobrenaturais. A mensagem desses livros era simples: a vida só vale a pena com paixões poderosas e insanas, mas essas paixões sempre provocam alguma tragédia. Eu tinha lido um poema sobre uma donzela que morreu de tuberculose e seu noivo que se matou por causa disso. Eu conversei com ele sobre isso e perguntei se ele seria capaz de se matar se eu morresse.
Meu noivo me mandou calar, porque ele acha que desse tipo de coisa não se deve falar. Bem, ele primeiro pediu, mas eu teimei e aí ele mandou. Ele sabia que eu gostava de brinca de suicida, tinha tentado me matar antes e até já fiquei doente porque tomei uma vez remédios para morrer. Eu penso muito na morte e ele não gosta nada disso. Então, naquele dia eu falei da donzela que morreu antes de conhecer o amor e provocou o suicídio do noivo, e eu falei que achava aquilo lindo e pensei que isso poderia acontecer com a gente. Ele me disse, muito sério:
- Com a morte não se brinca, mocinha. Se eu ouvir você falar de novo nisso, te darei palmadas.
Eu normalmente acharia graça da ideia de levar palmadas, afinal eu não sou criança nem nada, mas meu noivo disse isso tão sério que fiquei com um pouco de medo.
- Está bem, meu bem. Não falo mais.
- Ótimo.
- Da próxima vez eu vou fazer.
Ele olhou bem bravo para mim, nunca tinha visto ele daquele jeito, e fiquei com mais medo ainda. Então falei, para acalmá-lo:
- Querido, você sabe que essas minhas tentativas de suicídio são todas fajutas...
- Eu sei, mas você pode acabar se machucando. E se acontecer um acidente? Você já ficou doente uma vez por causa de remédio que você tomou muito, não se lembra?
Você se lembra desse caso, Júlia? Foi quando eu tomava sonífero por causa de uma insônia. Um dia fiquei muito deprimida por causa de alguma bobagem de mocinha adolescente e tomei o vidro todo de comprimidos. Eu queria só dormir por muito, muito tempo, mas acabei doente de verdade. Tive que ir ao médico e fiquei um mês me tratando, porque fiquei com uma grande dor de cabeça e de estomago. O meu noivo também sabe disso e não quer que se repita.
Naquele dia não falamos mais nisso. Mas aconteceu dias depois que fiquei muito deprimida. Era a perspectiva do casamento próximo, a ideia de viver longe de meus pais e dos meus amigos, as dificuldades que teríamos que enfrentar só com o salário do meu noivo (pelo menos até eu me formar), a solidão que eu sentia na cidade dele, porque na cidade dele as pessoas são mais fechadas e não se comunicam, na cidade dele não se vê vida nas ruas, todo mundo só anda de carro e as crianças não brincam perto das casas, o clima lá também é muito seco e desagradável, tudo isso deprime a gente, até se acostumar a pessoa sofre. E aí, um dia, eu estava deprimida, tinha tido um sonho ruim, e pensei em morrer, em como seria bom morrer e deixar todos os problemas para lá... O meu noivo estava no trabalho e eu escrevi um e-mail para ele, falando em me matar. Eu dizia que era melhor eu morrer, que eu não aprenderia a ser uma dona de casa, que meu destino era morrer sem conhecer o amor, como a donzela do poema, e que isso era o melhor para ele também, porque ele poderia encontrar uma moça com mais juízo e menos tragédia e seria feliz com ela, e eu, eu seria só uma lembrança fugidia, uma sombra na cabeça dele, que de vez em quando o faria suspirar e pensar em como poderíamos ser felizes mas não seria verdade, a verdade é que seriamos infelizes juntos mas eu não poderia viver sem ele, seria infeliz sem ele também, então era melhor morrer e por isso eu iria me matar tomando remédio...
Eu realmente quis morrer. Mas você sabe, Júlia, eu nunca tento o suicídio para valer. Naquela vez que tomei muitas pilulas eu só queria mesmo dormir por vários dias, nas outras vezes me machuco, passo mal, mas não morro. E desta vez foi quase a mesma coisa. Eu sabia que se tomasse muitas pilulas poderia mesmo morrer, mas não tive coragem, eu fiquei só olhando o vidro na minha frente, pensando na morte, mas não tive coragem...
Foi quando meu noivo chegou apavorado. Ele saiu do trabalho e veio correndo para a casa, nem meia hora depois de eu ter mandado o e-mail. Ele estava com o e-mail dele aberto e leu na hora mesma que eu mandei. Ele chegou e correu para cima de mim com muito medo. me viu com o vidro de pilulas na mão e correu para cima de mim. Ele tomou o vidro e me perguntou se eu tinha tomado alguma.
- Você está bem? Está bem, querida? Você tomou alguma coisa? Você se sente bem?
- Sim, meu amor, estou bem, estou bem.
- Sim, você está bem, está bem, graças a Deus, está bem....
E ele me levou até a cama, eu pensei que ele ia me deitar lá mas não, ele se sentou na cama e me deitou de bruços no colo.
- Lembra do que eu disse que faria se você não largasse dessa brincadeira louca de querer morrer? Lembra?
Eu fiquei espantada, porque eu tinha dito para mim mesma que ele não iria fazer o que disse que faria, me dar palmadas. Então eu protestei.
- Querido, não faça isso, por favor, você me ama, não ama?
- Amo sim, muito, e por isso vou fazer isso.
E me deu uma grade palmada no bumbum. Eu estava de saia, e era uma saia fina e muito justa. Não seria uma proteção eficaz, e por isso a palmada doeu muito.
- AIIII... amor, não faz isso, isso doi!
- É para doer mesmo!
E ele continuou a dar palmadas: PLAFT, PLAFT, PLAFT...
- Sabe porque faço isso? - Ele disse enquanto batia: PLAFT, PLAFT, PLAFT.... - é porque te amo! - PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT.... - e eu quero muito uma coisa - PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT... - que você leve a sério quando eu digo que vou te dar palmadas - PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT... - porque eu quero ter certeza - PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT.... - que você vai obedecer e se comportar - PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT.... - porque se eu mandar será sempre para o seu bem, entendeu? - PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT.... - você pode detestar isso - PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT.... - mas prefiro você me detestando e não querendo mais morrer, entendeu? - PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT.... - por isso eu vou te dar muita, mas muita palmada no seu bumbum, para você me levar a sério quando eu falar para você nem tentar mais morrer. E vai ser muita, muita, MUITA!!!
E tome palmada no meu bumbum: PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT...
Eu chorava, porque era muita dor, mas também muita vergonha. E a vergonha era maior porque eu sabia que tinha me comportado muito mal pensando tanto em suicídio e escrevendo besteira para ele e de certa forma merecia as palmadas.
PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT, PLAFT....
E ele acabou de bater... eu estava chorando. Eu acho que ele ainda ia me dar alguma ordem ou uma bronca, mas ele ficou com pena de me ver chorando. Então, ele me abraçou, me beijou, e disse:
- Essa minha noivinha maluquinha que quer morrer... mas agora não quer mais não, né?
- Nãooo... - disse eu, suspirando nos braços dele... o abraço dele é tão gostoso, e por incrível que pareça ficou ainda mais gostoso com as palmadas...
Aí, ele ficou sério, parou com o abraço, me olhou nos olhos e disse:
- Ainda bem que não, porque da próxima vez eu vou levantar a saia e abaixar suas calcinhas!
Eu olhei para ele com medo, porque eu sabia que ela falava sério e ia me dar palmadas mesmo com a saia levantada e sem calcinhas – e eu morreria de vergonha, além da dor!
- Eu sei que prometi que só veria seu corpo depois do casamento, porque você é uma moça séria que quer merecer o belo vestido branco que vai usar, mas se for para minha querida donzela parar de pensar em morte eu faço isso que falei! - ele disse, e me beijou, e disse mais: - eu te amo, querida, eu te amo, eu te amo... por isso que da próxima vez eu vou te levantar a saia e abaixar as calcinhas para te dar palmadas. Eu te amo e te respeito, e eu prometi que não veria seu corpo antes do casamento, mas nesse caso será para que no dia do nosso casamento o seu corpo esteja saudável, vivo e saudável. Porque eu te amo, te amo e te amo....
E ele me beijou e me abraçou de novo, ele realmente me ama muito e me respeita muito... mas ele falou sério, da próxima vez que precisar me dar palmadas ele levantará minha saia e baixará minhas calcinhas.
E o meu bumbum ainda está dolorido, aí.... nem quero mais pensar em tentar me matar de novo nem quero mais falar em morte... só de pensar em apanhar sem saia e sem calcinhas para proteger o bumbum das palmadas eu me arrepio toda de medo... e também tem a vergonha, nossa, homem nenhum ainda me viu nua... seria a maior vergonha da minha vida e pior que seria minha culpa.”
Ana Maria terminou a história, e ela e Júlia ficaram se olhando, pensativas. Depois de alguns minutos a Júlia falou:
- Sabe o que eu acho? Que seu noivo fez muito bem. Você tem que viver, suicídio é um pecado sem perdão. E falar nisso também é pecado. E você não iria sofrer sozinha, seu pai, sua mãe, seus irmãos, seus amigos... todos chorariam por você... seu noivo realmente te ama e ele quis proteger você de você mesma. E sabe o acho? Que ele tem toda razão.
- Eu também acho que ele tem razão, mas agora... agora eu não posso sentar direito! Já tem dois dias que não sento direito, que preciso de uma almofadinha para poder sentar!
A Ana Maria fazia beicinho enquanto esfregava o bumbum... do lado de fora, um passarinho cantava belamente. Aquela espécie de pássaro, segundo uma lenda da região, quando cantava na porta de uma donzela preste a se casar, era um sinal de felicidade no casamento.
Dim 25 mar 2012
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