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Eu tinha 18 anos quando tudo começou. Os nazistas dominavam a Alemanha.
Eles prenderam a mim e meus pais na fronteira com a Áustria. Os policiais nos levaram até o capitão e ele disse:
- Vocês três são uma família de ciganos sujos que vieram estragar o sangue alemão, mas talvez eu tenha uma utilidade para essa mocinha, que é bonita e tem belas nádegas, lisas, grandes e redondas.
- Por favor, não, senhor capitão, nossa filha é virgem, poupe ela!
- Cale-se, cigano, você não tem condições de exigir nada, você é de uma raça inferior que veio roubar em nosso país.
Meu pai se calou. Ele estava com medo. Todos nós estávamos com medo. Sabíamos que haviam campos nazistas onde as pessoas eram assadas em fornos crematórios até virarem cinzas. Sabíamos que era para lá que eles levavam as pessoas de raças inferiores ou inimigas do Estado, como judeus, ciganos, deficientes mentais, homossexuais e adversários políticos.
- Talvez você salve sua vida, e as vidas de seus pais também. Tudo o que tem a fazer é cooperar. - disse o capitão.
- Eu… vou cooperar, senhor capitão.
- Veremos.
E nesse dia eu fui afastada dos meus pais.
Eles me levaram para um castelo medieval nas montanhas. Eu ganhei um quarto pequeno mas confortável e, para minha surpresa, ninguém me molestou no começo. Eu tinha roupas simples, mas agradáveis. Eu tinha um quarto só para mim, sem luxo, mas também sem desconforto. Duas vezes por semana, eu podia telefonar para minha família, que estava presa em um campo de concentração. Eles também tinham uma vida razoável, exceto por três coisas: 1) eles não podiam me ver e se preocupavam comigo; 2) eles estavam presos, isso sempre é chato; e 3) eles conheciam pessoas, colegas de prisão, que toda semana eram executadas, e tinham medo de serem os próximos a morrer. Eu comia com os criados, e eles evitavam conversar comigo, o que era um pouco constrangedor. E eu temia pelos meus pais, que podiam morrer a qualquer momento. Além disso, a vida era razoável e até monótona.
Mas minha vida mudou depois de um mês no castelo, e para pior. Durante o almoço, eu fui proibida de beber o suco que eu bebia depois de comer, ou de beber qualquer coisa, inclusive água. Depois, o capitão que me levou ao castelo apareceu e me deu uma estranha ordem:
- Cigana! Você acabou de almoçar, não? E não bebeu nada durante ou depois do almoço, certo?
- Certo, sim, senhor capitão, não bebi nada.
- Então, vamos esperar você sentir vontade de ir ao banheiro para urinar. Depois disso, iremos a uma sala. Por enquanto, fique sentada neste banco, e só saia para ir ao banheiro. Avise o guarda depois de ter urinado.
Eu obedeci, sem entender nada. Não fiz perguntas, pois tinha medo. Fiquei sentada, vigiada por dois guardas, como se estivesse de castigo, mas não entendia nada, eu não tinha feito nada… aí, senti vontade, fui ao banheiro, urinei, falei para o guarda o que fiz e voltei a me sentar. O guarda foi avisar o capitão, que por isso voltou e me disse:
- Agora, você vem comigo para uma sala deste castelo.
Obedeci, é claro, pois não tinha alternativa. Mas eu estava achando tudo isso muito estranho.
Ele me levou para uma sala do castelo que eu não conhecia. Estava cheia de móveis belos e luxuosos, quadros e estátuas clássicos e tapetes finos, cheios de desenhos e detalhes. Pensei que talvez fossem os famosos tapetes persas, que eu não conhecia e que via pela primeira vez. Claro que nunca ousei perguntar se eram. Mas, qualquer que fosse a origem dos tapetes, eles eram muito bonitos.
O capitão me mandou sentar num sofá, e saiu. Cinco minutos depois, uma das portas se abriu, e quando eu vi quem tinha entrado eu gelei, fiquei totalmente pálida, senti dificuldade para respirar, comecei a tremer como um galho de árvore em dia de vento forte e quase desmaiei.
Era ele, Hitler. Ele entrou na sala, com passos largos, queixo erguido, seu bigodinho arrogante, sua expressão séria. E quando ele me viu, me olhou com desprezo. Com desprezo, e também com ferocidade.
Diante do olhar de Hitler, eu pensei: “Agora entendo porque me fizeram esvaziar totalmente a bexiga antes de me levarem para cá. Se não fosse isso, eu teria feito xixi de tanto medo, e teria molhado esse sofá luxuoso e esses tapetes finos e caros.”
Hitler andou até ficar perto de mim, na minha frente. Eu, tremendo de medo, não ousava desviar o rosto mas sofria olhando para ele. Então, ele disse:
- Você sabe porque está aqui?
- Não, meu führer? - respondi, e logo me arrependi, pois Hitler se aproximou mais de mim e seus olhos me fuzilavam.
- Eu não sou seu führer! Eu sou führer dos alemães! Você não é uma alemã! Você é uma mulherzinha inferior de uma raça inferior! Você é uma cigana desprezível! Será que você tem pelo menos o mínimo necessário de inteligência para entender isso, cigana?
- Sim, senhor führer dos alemães, eu tenho, sim, eu entendo, eu entendo, sim, senhor führer dos alemães.
Ele se aproximou ainda mais de mim. E quanto mais perto ele chegava, mais eu tremia. Uma palavra, um gesto, uma simples piscadela poderia me custar a vida e as vidas dos meus pais. E Hitler disse:
- Você está aqui porque meu médico disse que estou muito tenso e ele recomendou uma… atividade… para eu relaxar.
Eu não respondi, qualquer coisa que eu dissesse poderia causar problemas. Hitler, então, se sentou ao meu lado no sofá e me disse:
- Vou te deitar no meu colo, depois vou levantar sua saia e abaixar suas calçolas, cigana. Você quer que seus pais morram?
- Não, senhor führer dos alemães.
- Então, não resista!
Por isso, eu não resisti quando Hitler me puxou para o colo dele e depois levantou minha saia e abaixou minhas calçolas, me deixando com o traseiro nu. Eu, que já estava tremendo de medo, comecei também a tremer de vergonha. Hitler ficou por um minuto admirando meu traseiro, e eu imaginava que daria prazer a ele de forma “normal”, e eu provavelmente não seria mais virgem por muito tempo. Para que meus pais não morressem, eu estava disposta a aceitar isso. Mas eu não imaginava o que Hitler queria dizer com a palavra “atividade”.
Depois de admirar meu traseiro, Hitler deu um forte tapa nele. Doeu e me assustou. Fiz menção de por minha mão na frente do meu traseiro para me proteger, mas Hitler disse:
- Você quer que seus pais vivam?
E por isso eu baixei meus braços, não ousando tentar me proteger mais. Aceitei passivamente que ele espancasse meu traseiro, e logo Hitler deu um tapa mais forte no lado esquerdo, depois outro no lado direito, outro mais em cima, outro perto das coxas… eu não ousava me proteger e não ousava gritar, só gemia, gemia…
“Ah, tomara que isso acabe logo”, pensei. Hitler batia e batia, e cada tapa era mais forte que o anterior. Não houve parte do meu traseiro que ficasse sem levar, pelo menos, uns vinte tapas, todos fortes. Cruel, Hitler era cruel. Bater assim numa donzela, que não fez nada, só fez nascer cigana, mas isso não era minha culpa…
“Não é justo”, eu pensava, “eu não fiz nada, eu não fiz nada…” e, enquanto eu pensava assim, eu chorava. Minhas lágrimas logo ensopavam meu rosto, mas eu não chorava alto, apenas gemia, pois eu tinha medo de incomodar Hitler.
Quando ele finalmente acabou, ele me levantou e se levantou depois. Se arrumou um pouco, e me disse:
- Você é uma boa cigana. Com isso, seus pais ganharam mais uma semana de vida. Pode ir para seu quarto.
- Sim, senhor führer dos alemães.
Eu andei então até meu quarto, de cabeça baixa e ainda chorando um pouco. Eu estava muito triste e envergonhada, porque um homem tinha visto meu traseiro, e batido nele, sem motivo, sem razão, exceto a necessidade de relaxar… mas que homem cruel pode relaxar com a dor e a humilhação dos outros?
“Hitler”, pensei, “Adolf Hitler”.
Eu me deitei, muito deprimida, de bruços. Não tive coragem de olhar meu traseiro no espelho, mas devia estar bem vermelho e cheio de hematomas. Passei uma pomada que tinham deixado em meu quarto, e senti com a mão que meu traseiro estava bem quente. Meu único consolo foi ter assim garantido uma semana de vida para meus pais.
No dia seguinte, eu almocei, depois jantei. Os criados continuavam me evitando, mas eu achei bom, porque estava envergonhada demais para querer conversar com eles. Pensei em contar isso aos meus pais, mas eu resolvi que era melhor não. Eu tive medo. Não por mim, mas por eles. Se meu pai soubesse o que Hitler estava fazendo comigo, ele poderia tentar fugir e me resgatar, e se ele fizesse isso ele morreria. Quando conversamos por telefone naquela semana, ele notou tristeza em minha voz, mas eu disse que era por saudade. Eu disse que estava tudo bem e que eu era prisioneira, mas vivia confortavelmente. Ele não perguntou mais, talvez com medo de alguma ameaça. Anos depois, quando nos reencontramos, ele me disse que sentiu alguma coisa errada em minha voz, e que ficou muito preocupado comigo. Mas foi bom eu não ter contado para ele. Ele nunca poderia fazer alguma coisa contra a polícia de Hitler.
Na outra semana, Hitler me chamou novamente a sua sala, e novamente espancou com a mão aberta o meu traseiro. E novamente na outra semana, e na outra, e na outra… Ele quase nunca falava comigo, apenas me mandava me aproximar dele quando se sentava, para que ele pudesse me puxar para seu colo, levantar minha saia e abaixar minhas calçolas antes de começar a me bater. Eu disse “quase nunca” porque alguns dias eram exceções. Como no dia em que eu fui chamada à sala de Hitler, e quando ele entrou para me bater no traseiro, ele disse, arrogante como sempre:
- Então, você é a cigana insignificante que ajuda o Führer dos alemães a aliviar sua tensão. Está orgulhosa disso?
- Não, senhor Führer dos alemães.
- Pois devia! Você não sabe que milhões de moças de boa raça, loiras e de olhos azuis, adorariam estar em seu lugar, e serem surradas no traseiro pelo bem da Alemanha?
- Não, senhor Führer dos alemães.
- E o que poderíamos esperar de uma cigana, além de muita tolice? Pois trate de ficar orgulhosa, entendeu? Fique orgulhosa, pois apesar de ser uma cigana desprezível você foi escolhida para ajudar o Führer dos alemães a se aliviar do pesado fardo de levar a Alemanha à grandeza eterna.
- Sim, senhor Führer dos alemães.
- Bah!
Hitler então me deitou de bruços no seu colo, levantou minha saia e abaixou minhas calçolas para me dar mais uma surra no traseiro. Mas antes de começar a me bater ele ainda disse:
- E não ouse chorar nem gemer, cigana. Trate de se orgulhar de levar esses tapas!
- Sim, senhor Führer dos alemães.
E ele me bateu então, por vários minutos, como sempre. Suas mãos eram quadradas, seu braço era forte, a pele de suas mãos eram duras, e cada tapa imprimia um desenho quadrado e rosado em meu traseiro, e logo o rosa se tornou vermelho. Ele nunca parava antes que meu traseiro estivesse completamente vermelho, a pele tão quente que eu sentia o calor antes de chegar a tocar, e eu ficasse incapaz de sentar sem a ajuda de uma almofada por dois ou três dias.
Ele acabou e eu voltei ao meu quarto. Eu não cheguei a cobrir meu traseiro com a calçola, pois acabei adquirindo o habito de cobrir meu traseiro apenas com a saia depois das surras: assim ardia menos.
Com o tempo, houve duas mudanças. A primeira foi quando Hitler me apresentou Eva Braun.
Foi um dia em que fui chamada à sala onde Hitler me batia. Eu fui, triste e curiosa ao mesmo tempo: sempre havia um intervalo de uma semana entre uma surra e outra e a última vez que eu apanhara dele havia sido apenas três dias antes. Quando entrei na sala, Hitler estava com uma mulher e me apresentou a ela:
- Essa é Eva Braun, cigana. Eu falei de você para Eva. E Eva me disse que gostaria de se divertir com você. E não é uma boa ideia? Você já levou muitos tapas no traseiro, deve estar acostumada.
- Sim, senhor Führer dos alemães.
Eu tinha outra alternativa além de concordar?
Assim, eu permiti que Eva Braun, que depois eu soube que era amante de Hitler, me deitasse no colo, abaixasse minhas calçolas e me desse vários tapas no meu traseiro. Depois, ela me visitou várias vezes, para me dar mais uma surra. Mas Eva Braun não vinha toda semana, como Hitler. Acho que ela não gostava tanto assim de surrar o traseiro de uma moça adulta, ou então ela tinha menos necessidade de aliviar suas tensões, já que afinal não era ditadora, só a amante do ditador. Mas mesmo assim apareceu muitas vezes, e então eu passei a ser surrada seis ou sete vezes por mês, já que às surras semanais que eu levava de Hitler se juntaram as surras eventuais que eu levava de Eva Braun.
Eva Braun tinha um “estilo” diferente de Hitler para bater no meu traseiro. Ela tinha a mão mais fina e alongada, e deixava um sinal vermelho retangular e não quadrado, como os tapas de Hitler. Além disso, ela sempre admirava meu traseiro depois de sete ou oito tapas, para logo depois recomeçar a surra e de novo parar para admirar meu traseiro depois de sete ou oito tapas... Essas pausas nas surras que eu levava de Eva Braun era porque ela gostava de ver como meu traseiro passava de branco a rosado e de rosado a vermelho. Ela também alisava meu traseiro, principalmente quando ele já estava bem vermelho, para sentir como a pele do meu traseiro ardia depois de vários tapas.
Depois de alguns anos (a minha rotina de apanhar no traseiro durou uns oito anos) eu percebi uma coisa diferente nas surras. Hitler, que nunca foi de falar muito comigo, ficou cada vez mais calado, chegando a ficar várias semanas sem me dirigir nenhuma palavra: ele simplesmente me puxava e me deitava no colo para me bater, em silêncio. E seus tapas ficaram cada vez mais forte, como se ele tivesse cada vez mais raiva e a necessidade de me surrar para aliviar sua raiva fosse cada vez maior. A cada surra, ele batia mais, com mais força e mais rápido, com cada vez mais vontade de me machucar, e eu sofria, pensando: “Deus, quando isso vai parar? Isso é injusto, meu Deus, eu não fiz nada, Hitler não é um homem, é um monstro, e esse monstro só quer me machucar por que tem prazer com isso, e cada vez ele piora mais e mais!”
Mas meu sofrimento, pelo menos meu sofrimento moral, diminuiu muito no dia em que ouvi um dos guardas comentando: “nosso Führer está cada vez mais irritável e ansioso... são as más notícias da guerra, isso o deixa abalado e nervoso.” Então eu entendi porque ele me batia com cada vez mais raiva. É porque ele estava perdendo a guerra e descontava no meu traseiro toda a frustração de saber que no final seria derrotado. E quando maior a certeza de que no final seria derrotado maior a vontade de me bater, com cada vez mais força. Por isso eu apanhava mais e mais forte a cada semana. Acho que Eva Braun nunca soube o quanto a situação da Alemanha piorava na guerra a cada dia, ela não participava do governo de Hitler, então não tinha informações. De qualquer forma, ela nunca aumentou a quantidade de tapas que dava no meu traseiro, as surras da Eva Braun sempre foram iguais.
Saber que Hitler ficava cada vez mais furioso e me batia com cada vez mais força por que a derrota da Alemanha era cada vez mais certa diminuiu meu sofrimento psicológico, embora aumentasse muito meu sofrimento físico, pois quando eu estava deitada no colo de Hitler, com a saia levantada, as calçolas abaixadas e meu traseiro completamente despido e levando cada vez mais tapas, eu no íntimo sorria. Sorria com maldade, porque estava vendo o fim cada vez mais próximo de Hitler e seu horrível regime. Ele me dava muito mais tapas do que antes, os tapas eram muito mais fortes do que antes, meu traseiro ficava dolorido e quente por mais e mais tempo, mas isso não me fazia infeliz. Pelo contrário, eu me sentia feliz, porque pensava: “Isso, senhor Führer dos alemães, bata, bata... bata cada vez mais forte e rápido, e dê cada vez mais tapas no meu traseiro, sim... mais, mais... eu quero mais porque eu sei que quanto mais tapas você me der, mais perto da derrota final você estará... muitos tapas quer dizer muitas notícias ruins para os exércitos da Alemanha, eu sei e você sabe... bata mais, senhor Führer dos alemães... isso só serve para me mostrar que você logo estará derrotado e humilhado, seu monstro nojento... Ah, como eu amo quando sou surrada com cada vez mais fúria!”
Sim, eu estava certa: a fúria era sinal de desastres para Hitler, e por isso ele tinha necessidade de me surrar com cada vez mais força. No final, as surras me deixava até 5 dias sem sentar direito, mas então, um dia, quando me levaram para a sala onde Hitler batia no meu traseiro, eu o vi de pé diante de mim. Ele me olhava com ódio, como eu nunca tinha visto antes. Eu pensei: “a surra de hoje vai bater todos os recordes”. Mas não. Pela primeira vez depois de quase um ano e meio, Hitler falou comigo. Ele me disse:
- Cigana desprezível, você tem sorte hoje. Eu acabo de receber uma mensagem importante. Eu preciso ir correndo a Berlim. Minha presença é exigida lá. Mas eu logo voltarei vitorioso, e para comemorar eu te darei a maior surra que você já levou na vida, eu juro.
- Sim, senhor Führer dos alemães.
- Eu te aconselho, cigana, a não ter nenhuma esperança na minha derrota. Mas se eu perder, saiba que isso não te será bom, em nenhuma hipótese. Porque você nunca ficará fora do alcance de minha ira. Se você tiver um marido, um namorado, um amante, qualquer homem que tire sua virgindade, eu voltarei para matar esse homem. E se você tiver um filho, cigana, eu matarei seu filho. Então, não deseje minha derrota, porque isso não será bom para você.
Ele então saiu da sala e eu estava dispensada.
Na semana seguinte, soldados americanos invadiram o castelo onde eu vivia. Todos os que estavam lá dentro foram presos. Eu soube então que Hitler tinha se suicidado depois de se casar com sua amante, Eva Braun, que também se matara. O casal que tanto tinha me atormentado estava morto, e eu estava livre. Psicologicamente, porém, eu ainda teria problemas por muitos anos.
O capitão que comandava os americanos me chamou para um interrogatório, dois dias depois da tomada do castelo. Quando eu entrei, ele disse:
- Senhorita, tenho que interrogá-la. Parece que você teve muitos encontros com Hitler, não?
- Tive sim, senhor capitão.
- E o que acontecia nesses encontros?
Fiquei muito envergonhada. Ele precisava mesmo me obrigar a falar daquilo? Mesmo assim, respondi.
- Ele... Hitler... ele me... maltratava.
- Ah, entendo.
Rezei para ele não pedir detalhes. Eu não queria dizer que Hitler me dava tapas no meu traseiro nu. Mas ele olhou para mim com pena. Ele provavelmente já sabia o que Hitler fazia comigo. Devia ter interrogado os criados do castelo antes de me fazer perguntas, e eles devem ter dito aos americanos que eu estava lá para ser surrada no traseiro, porque isso aliviava o stress de Hitler. Acho que ele só queria confirmar comigo o que os criados diziam. Vendo meu jeito envergonhado, ele deve ter percebido que o que os criados diziam era verdade sem precisar de mais palavras. O capitão então disse:
- Seus pais estão no Campo de Concentração, você deve saber. O Campo de Concentração também foi libertado pelas tropas aliadas, e seus pais estão vivos. Se você quiser, posso levá-la para ver seus pais.
Eu fiquei muito feliz com essa notícia.
- Sim, senhor capitão, quero sim, oh, muito, muito obrigada.
Então, eu fui rever meus pais, depois de oito anos de separação, de contatos apenas por telefone e de muitas surras no meu traseiro, toda semana, as vezes duas vezes por semana... ah, que tormento, como sofri nas mãos de Hitler... e isso durante oito anos.
Mas agora tudo estava acabado.
Quanta alegria eu senti quando vi meus pais. Meu pai e minha mãe estavam muito magros e seus cabelos que antes eram negros agora estavam totalmente brancos, mas fora isso eles não mudaram nada. Eu os abracei, os beijei, enquanto chorava de felicidade. Hitler morreu, seu reino de terror acabou, todo o sofrimento acabara. Mas, então, depois de meia hora de beijos, abraços e choro, eu perguntei:
- Pai, para onde iremos?
- Não sei, minha filha?
Então, o capitão disse:
- Que tal a América?
- Por que a América? - perguntou meu pai, surpreso.
- Porque – disse o capitão – quero pedir a mão de sua filha em casamento.
O capitão disse que me conhecia a apenas dois dias, mas se apaixonara por mim, porque se comovera com minha triste história. Bem, eu aceitei, meus pais aceitaram, e fomos para a América com o capitão.
Na América, depois de seis meses de noivado, eu me casei com o capitão em duas cerimônias, uma cigana, e outra protestante, na religião do capitão.
Mas, então, se revelaram meus problemas psicológicos, provocados pela crueldade de Hitler.
Na noite de núpcias, quando meu marido, o capitão, tentou tirar meu vestido de noiva para me deflorar, eu disse que não.
- Por favor, não faça isso.
- Por que não, querida?
- Porque Hitler vai te matar se você tirar minha virgindade.
Ele me olhou espantado, e disse.
- Querida, Hitler morreu, ele se matou com a amante em Berlim, ele não pode te fazer mal.
- Mas ele pode te matar. Ele me disse que faria isso na última vez que falou comigo.
- Mas meu bem, ele está morto, seu corpo foi queimado, os russos levaram seu corpo carbonizado.
- Você tem certeza? Dizem que ele forjou a própria morte e está vivo.
- Dizem, mas é boato.
- Mas eu não tenho certeza, ele pode estar vivo. E ele disse que mataria você, se eu te der minha virgindade.
Então, eu tive uma crise de choro e meu marido me abraçou. Ele não me deflorou naquele dia, nem no seguinte. Nem na semana seguinte. Nem no mês seguinte. Nem nos primeiros anos de nosso casamento. Quando ele tentava, eu tinha medo, eu chorava, e depois imagina Hitler aparecendo pela porta com seus soldados para matar meu marido, e aí chorava mais.
Um dia, depois de anos de casamento sem sexo, meu marido me levou para um psicólogo. Foram preciso cinco sessões para contar como eu fui presa, depois separada da minha família, depois entregue a Hitler para que o ditador aliviasse suas preocupações como Führer dos alemães dando tapas e mais tapas no meu traseiro até minhas nádegas ficarem totalmente vermelhas, todas as semanas, durante oito anos, e agora, na América, eu me casei com o capitão que me libertou de Hitler, mas ainda era virgem, porque eu tinha medo de deixar meu marido me deflorar e Hitler aparecer para matar meu marido, e meu filho, se eu ficasse grávida…
Depois da quinta sessão, o psicólogo disse para o meu marido:
- Sua mulher está traumatizada, capitão.
- Isso eu sei, doutor. Eu quero saber é como superar isso. Estamos casados há anos e ainda não tivemos sexo, porque ela tem medo que Hitler apareça para me matar.
- Tempo e paciência, capitão. Ela precisa de tempo, e o senhor precisa de paciência.
- Ok, eu tenho tido paciência, eu amo ela. Mas isso vai funcionar, doutor?
- Não sei, mas temos que tentar.
Então, eu passei a ter terapia duas vezes por mês, e meu marido tentava me acostumar com o sexo aos poucos. O doutor recomendou que ele me massageasse. A ideia era me acostumar ao toque dele. Lembro como eu tremia quando ele me massageou na primeira vez nas pernas. Eu estava vestindo um maiô muito recatado, e mesmo assim eu quase chorava, como se estivesse totalmente nua. Mas o tratamento funcionava, e eu acabei por me acostumar ao toque do meu marido nas pernas. Então, eu passei a usar um biquíni, como chamam ao maio de duas peças. A peça de baixo cobria todo o meu traseiro e parte das coxas, mesmo assim eu me sentia muito desconforto quando meu marido me massageava no ventre. Mesmo por cima da roupa de banho, porém, eu não suportava que meu marido encostasse no meu traseiro ou nos meus seios.
Por isso, quando tivemos que passar para a fase seguinte, onde ele me massagearia no traseiro e nos seios com um biquíni menor, que revelava parte das nádegas, eu quase desmaiei, mas suportei o bastante para deixar que ele terminasse a massagem. Foi preciso que o psicólogo me desse um calmante para que eu relaxasse, mas eu superei o primeiro dia. Foi muito difícil para mim, mas aguentei firme e superei, e depois me acostumei também.
Quando eu estava acostumada com a massagem do meu marido com um biquíni mais curto, o psicólogo disse:
- Senhora, agora seu marido deve te massagear com a senhora vestindo apenas a peça de baixo do biquíni, deixando seus seios expostos.
- Meus seios? Mas, e o senhor, vai me olhar com os seios nus? - o psicólogo esteve sempre vendo meu marido me massagear por todos esses anos, devo dizer.
- Sim, senhora, eu vou. Eu sou seu analista, eu tenho que olhar a senhora para poder avaliar suas reações.
Foi muito constrangedor, mas eu aceitei ser massageada pelo meu marido com meus seios expostos, e sendo vista pelo psicólogo. As primeiras sessões foram terríveis, mas eu me acostumei a ficar com meus seios de fora e se massageada.
Então, depois de meses de massagem com os seios expostos, o psicólogo fez com que meu marido me massageasse totalmente nua. Eu me deitava e me marido me passava um óleo de massagens em meu corpo nu e ainda virgem, sob os olhares do psicólogo. Desta vez, eu levei mais tempo para me acostumar, mas afinal eu já aceitava a massagem com naturalidade, e depois dessas massagens eu ficava calma e relaxada.
Então, o psicólogo disse para meu marido que agora ele deveria usar não apenas as mãos, mas também os lábios e a língua, e tentasse me dar prazer com seu toque, seus beijos e suas lambidas, tentando me levar ao orgasmo sem me tirar a virgindade. A essa altura, eu já tinha me acostumado ao toque do meu marido, e aceitei. Fiquei muito nervosa e tremia muito no começo, claro, mas eu estava querendo muito descobrir o prazer físico, por isso lutei para superar meus medos e meu trauma, trauma esse que foi provocado por Hitler e anos de surras terríveis no meu traseiro, apenas por que eu nasci cigana. Assim, meu marido passou a brincar com meu corpo como se eu ainda fosse uma menina. Imagina como eu me sentia. Eu era uma senhora de quase quarenta anos, mas ainda tinha que descobrir meu corpo e o corpo do meu marido como se fosse uma adolescente com o primeiro namorado.
Aos poucos, eu comecei a ter prazer, e com meu marido tive vários orgasmos, mesmo sem ser penetrada. Eu aprendi que há várias maneiras de ter sexo sem perder a virgindade, e que esse sexo pode ser ótimo. Mas eu ainda não queria ser penetrada. Eu queria muito ter um filho, mas eu meus sonhos Hitler ainda aparecia, me dando vários tapas violentos no traseiro e ameaçando meu marido de morte se ele me deflorasse, e também meus filhos, se eu os concebesse.
O psicólogo acompanhava todas essas mudanças e registrava minha evolução como paciente. Ele observava tudo, anotava tudo, analisava tudo.
Um dia, durante uma sessão, quando eu estava acompanhada pelo meu marido, o psicólogo me disse:
- Eu vou hipnotizar a senhora e fazê-la imaginar que está na Alemanha de Hitler. É uma experiência nova, vamos rezar para dar certo.
Eu me vi de novo na Alemanha, no castelo onde eu vivi no tempo em que Hitler me dava tapas e mais tapas no meu traseiro. Eu me vi de novo indo para a sala onde eu era surrada até minhas nádegas ficarem vermelhas como maçã. Eu entrei na sala, e lá estava Hitler, com seus olhos frios e ferozes, cheios de ódio e desprezo por mim. Ele estava sentado, e me disse:
- Assuma sua posição, cigana!
Eu entendi o que deveria fazer: o medo e o hábito da obediência me fizeram levantar minha saia, abaixar minhas calçolas, e deitar no colo dele com meu traseiro a mostra, para que Hitler pudesse surrá-lo.
E ele realmente começou uma boa surra. Ele deu vários tapas, um na nádega esquerda, um na nádega direita, alternando os locais mas sempre batendo com força, muita força, enquanto eu chorava, envergonhada com a humilhação que passava uma mulher de quase quarenta anos. Meu traseiro ficou rosado, depois vermelho, como nos malditos anos que eu vivi na Alemanha, e a surra durou até que, de repente, a porta se abriu, e meu marido, capitão do exercito americano, entrou com um revólver e gritou:
- Tirano sanguinário, largue minha amada!
- Americano idiota! - disse Hitler - você acaba de assinar sua sentença de morte. Eu vou…
Mas antes que terminasse, Hitler foi baleado no peito, que meu marido tinha disparado. O sangue manchava o uniforme de Hitler enquanto ele olhava incrédulo e surpreso o meu marido. Eu aproveitei para escapar do colo dele e fiquei fora da mira do revólver. Como eu estava ainda com as calçolas abaixadas e meu traseiro vermelho, eu senti minhas nádegas queimarem quando o tecido da saia encostou na pele do meu traseiro. Mas eu me sentia segura: meu marido me abraçava e Hitler estava sangrando e morrendo na minha frente. E meu marido me disse:
- Querida, eu vim para te salvar!
- Oh, meu amado! - E eu o beijei.
Nos abraçamos, nos beijamos. Ele começou a beijar meu pescoço, depois meus seios. Ele enfiou as mãos dentro do meu vestido, e sentiu meu traseiro vermelho e ardido. Ele pediu minha permissão para passar um creme em minhas nádegas, e eu deixei. O toque dele me excitava como nunca antes eu sentira na vida. Quando eu vi, estava deitada de bruços no sofá onde Hitler me batia, e ele então me viu excitada, e tirou as calças. Ele disse que naquele dia eu iria finalmente me tornar mulher dele, depois de quase quarenta anos de virgindade, e ele abriu minhas pernas, me ajeitando para me penetrar. Eu estava muito excitada, louca para ser deflorada, e quando ele entrou em mim eu senti dor, mas também prazer. Nos amamos por meia hora, pelo menos, e tive três orgasmos com meu marido, antes de adormecer nos braços dele.
Quando acordei, eu realmente estava deitada ao lado do meu marido, e realmente estava sem calçolas por baixo da saia. Eu estava no consultório do psicólogo, e uma mancha de sangue sujava o lençol que cobria o sofá dele, e eu entendi que tinha sido deflorada ali. E havia um corpo no chão, com um buraco de bala. Mas quando olhei o corpo com atenção, eu vi que não era um corpo, e sim um boneco. Um boneco do tamanho de um homem, e muito parecido com Hitler.
Então, eu entendi:
- Meu marido… atirou no boneco.
- Sim, senhora – disse o psicólogo.
- E meu marido e eu… nós transamos.
- Sim.
- Então… o tratamento funcionou.
- Sim, funcionou, senhora. Eu vi que Hitler permanecia como um símbolo em sua psique, e para que a senhora superasse seu trauma e o bloqueio sexual resultante, era preciso que Hitler também tivesse uma morte simbólica. Bem, funcionou.
Depois daquele dia, eu tratei de recuperar o tempo perdido. Pelos próximos anos eu quis ter sexo todos os dias, sempre que eu e meu marido estávamos disponíveis um para o outro. Muitas vezes duas vezes por dia, ou mais, e isso durou até a velhice, pois eu levava uma vida saudável e fui bela e bem-disposta por muitos anos. Tivemos quatro filhos, dois casais. São lindos, os quatro. Ás vezes, eu penso que valeu a pena sofrer o que sofri com Hitler, pois se não fosse isso eu não teria me encontrado com meu marido e não teria me casado com esse homem maravilhoso, que me ajudou a superar um trauma horrível e sempre teve paciência comigo.
O psicólogo reuniu as anotações que ele fez sobre meu caso e ficou rico com um livro que publicou sobre meu caso. Ele é famoso entre os estudiosos de psicologia como o criador de uma nova técnica de superação de bloqueios sexuais, e de traumas psicológicos graves. Ele é amigo da família, e nos encontramos em muitos eventos sociais. Ele diz que graças a mim houve um grande avanço nas técnicas terapêuticas para tratar de bloqueios sexuais. Não sei se devo ficar orgulhosa...