Primeira Parte
Eu tenho um nome, mas prefiro ser chamado de Carrasco Municipal. É a minha profissão, nessa cidadezinha. Não sei se cidades e
vilas podem ter carrascos próprios, mas nem o Rei de Portugal se importa como cumprem a lei no interior do Brasil e nem eu me importo com a lei do Rei de Portugal. Até porque eu nem sei
ler.
Quem tem que saber ler são os juízes e vereadores. Eles fazem as leis que executo. Algumas leis têm pena de morte, mas graças a
Deus nunca matei ninguém. Eu muitas vezes não quero castigar ninguém, faço isso porque é minha profissão. Mas ninguém ainda foi condenado a morte por aqui. Que continue assim.
Eu disse que muitas vezes não quero castigar ninguém. É verdade. Mas é verdade também que há vezes que eu gosto de castigar
alguém. As bruxas, por exemplo. Na Europa, as bruxas são queimadas vivas. Eu acho isso muito duro. E os poderosos daqui, o Padre local, o Juiz, a Câmara Municipal, etc., eles punem as bruxas de
outra maneira. Elas, quando condenadas pelo tribunal, são levadas pela guarda até a praça central da cidade. E lá, eu estou esperando elas com uma máscara negra cobrindo toda minha cabeça (a
máscara é só formalidade, parte do uniforme do Carrasco Municipal, todo mundo aqui sabe o meu nome e minha profissão, mas todos damos muito valor aos costumes e por isso o Carrasco Municipal usa
máscara). E então, são esquentadas. Mas não por uma fogueira, de jeito nenhum! Acho que a pior das bruxas não merece algo tão terrível, os homens da Europa são ruins demais. Nós esquentamos as
bruxas daqui com palmadas no bumbum, na praça central. O povo todo é convidado a ver, pois é importante que haja exemplo: todos têm que saber o que acontece com moça que quer ser
feiticeira.
O que eu acho dessa lei? Bom, eu não tenho que achar nada, sou funcionário do tribunal local, obedeço ordens. Mas eu acho bom. Eu
aprovo. Acho que feitiçaria é uma coisa ruim e acho que as bruxas têm que ser castigadas. Acho que morrer na fogueira é um castigo cruel demais para qualquer crime. Mas umas palmadas no bumbum,
bem, aí eu acho conveniente. Além de achar justo e certo o castigo, eu gosto de aplicá-lo. Eu gosto de dar umas boas palmadas num bumbum de moça. Quando maior, mais liso e mais fofo, melhor. Mas
a verdade é que não desprezo nenhum tipo de traseiro. E aqui nessa cidadezinha, pequena mas decente, todas as moças têm um bumbum lindo. Acho que nunca cheguei a surrar um bumbum
feio.
Quantas feiticeiras haverá por aqui, é o que me pergunto de tempos em tempos. Na verdade, nem metade dos casos de feitiçaria são
julgados, e muitos dos julgados são absolvidos por falta de provas. O Padre deve surrar mais bumbuns de feiticeiras do que eu, porque elas confessam lá para eles seus pecados e devem cumprir
penitência para serem absolvidas e poderem pecar de novo, a penitência incluí uma boa surra no bumbum. Eu não tenho certeza, porque o Padre deve guardar segredo de suas confissões e ele não
comenta isso com ninguém, mas eu acho que ele surra mais feiticeiras no bumbum do que eu. Eu dou umas boas palmadas no bumbum de alguma bruxa duas ou três vezes por mês, mas tenho certeza que há
muitas mais que escapam tanto de mim quanto do Padre. Se me dissessem que metade das mulheres da cidadezinha já praticou alguma bruxaria pelo menos uma vez na vida, eu acreditaria. Olha, eu acho
que é bem mais que a metade e acho que praticaram bruxaria várias vezes na vida, mas com certeza não é menos. Não, menos não é.
Então, a feiticeira é julgada, se for condenada a policia a escolta até a praça central. Se ela vier por bem, ótimo. Se ela não
quiser vir por bem, a polícia a acorrenta e ela é condenada a receber mais vinte palmadas, além das do castigo. A maioria resiste e é acorrentada e arrastada para a praça.
Eu acho que não deveria achar isso bom, mas acho. Deve ser falta de caridade apreciar o sofrimento alheio, mas eu adoro ver um
bumbum de uma bruxa atrevida se avermelhar com minhas palmadas.
Enfim, as bruxas são arrastadas sob correntes para a praça e eu as espero com minha máscara negra e meu uniforme negro de
carrasco. Eu fico em cima de um palanque, de onde toda praça pode ver a surra. Os lugares da praça mais disputados são os que permitem ver o rosto da bruxa e os que permitem ver bem o bumbum dela
apanhando. A expressão de dor pode ser muito excitante para muita gente. O bumbum ficando aos poucos vermelho também é muito lindo.
Quando a bruxa e a escolta chegam à praça, eles sobem no palanque. As mais rebeldes, a maioria, têm que ser carregadas. Eu as
convido a levantarem as saias, abaixarem as calçolas e deitarem no meu colo com o bumbum nu para cima. Claro, as mais rebeldes não obedecem. Então, os guardas levantam as saias delas, abaixam
suas calçolas, e as deitam no meu colo. Seus braços e pernas são presos ao palanque por correntes, para que elas não possam sair do meu colo enquanto forem castigadas. Elas lutam, mas só
conseguem mais vinte palmadas.
Quando a surra termina, elas são soltas e podem se vestir de novo. Geralmente, saem muito zangadas do palanque. Às vezes não se
vestem. Elas desafiam o público e dizem:
- Vocês não querem é ver minha bunda vermelha, seu bando de desgraçados? Vocês não vieram aqui para isso? ENTÃO
APROVEITEM!
E descem do palanque sem saias ou calçolas, com o bumbum vermelho de fora. Elas voltam para a casa pisando fundo, com raiva,
enquanto o povo as deixam passar, olhando o traseiro bem vermelho e petulante. O povo adora quando isso acontece. Dizem que algumas bruxas ganham presentes por isso.
Mas essas vezes são raras. Na maioria das vezes, as bruxas se cobrem logo e descem chorando do palanque, tampando o rosto com as
mãos. Outras vezes, a bruxa que acabou de apanhar simplesmente desce a escada em silêncio, devagar, como se não prestasse atenção nos passos.
Eu já surrei muitas feiticeiras, mas algumas ficam mais na memória do que outras. Uma delas foi Sarabi. É um nome africano e dizem
que é o nome da mãe de Simba, o rei leão, uma lenda africana. Bom, também é o nome de uma escrava que veio de Angola e usou feitiçaria para seduzir o filho de um rico fazendeiro da cidade. Um
garoto até bonitinho, mas bobo, muito bobo. Acho que ele e a Sarabi eram virgens quando se encontraram. Um dia o pai do garoto pegou eles tentando fugir e pensou:
- Só pode ser feitiçaria!
Aí, ele levou os dois para serem interrogados. O moço, bobo, contou para a polícia que a Sarabi cantava estranhas canções na
língua africana dela e ele a achava linda quando ela cantava, e foi aí que se apaixonou. A polícia mandou Sarabi cantar as canções na frente do Padre. O Padre é sábio, ele já esteve na África e
conhece os rituais das bruxas de lá.
Sarabi não quis cantar no começo, mas o Padre ameaçou ela com a condenação eterna e ela cantou. O Padre tem grande força moral e
todos aqui têm medo do castigo no outro mundo. Conheço muitas mulheres e até alguns homens que fazem xixi nas calças quando o Padre descreve o sofrimento dos condenados no outro mundo. E assim,
Sarabi também teve medo e, tremendo como um galho numa tempestade, porque sabia que se cantasse o que cantou para o filho bobo do fazendeiro iria apanhar no bumbum na praça mas se não cantasse
iria ser condenada a sofrimentos muitos piores no outro mundo, ela acabou preferindo cantar. O Padre logo viu que suas canções eram feitiçarias e Sarabi teve que confessar que fez feitiço para o
moço gostar dela, mas ela jurou que só fizera isso porque tinha se apaixonado de verdade pelo menino. Pouco importa, para o Tribunal. A feiticeira negra foi condenada e depois levada até a praça
para eu dar umas boas palmadas nela.
Sarabi foi rebelde, ou seja, não se submeteu voluntariamente ao castigo, e os guardas tiveram que acorrentá-la. Depois, eles
tiveram que levantar a saia e abaixar as calçolas dela. Mas eu não sei se no caso de Sarabi foi rebeldia ou timidez, uma moça séria não gosta de se exibir assim. De qualquer forma, eu dei as
palmadas fortes nela. Acho que foi o maior bumbum que eu já surrei, o bumbum de Sarabi. Era um bumbum grande, liso e bem feito. A cintura fina dela o ajudava a se destacar, e suas coxas lisas
combinavam bem com tão belo traseiro. Eu achava graça do moço bobo e tímido, mas quando vi como era bonito o bumbum da mulher que ele deflorou e que o tinha deflorado também, eu senti uma grande
inveja dele.
Eu ainda não disse como medimos a surra. Bem, há uma ampulheta no palanque. Quando a surra começa, um dos guardas vira a ampulheta
e espera até o último grão de areia cair. Isso leva cerca mais de cinco minutos. São cinco minutos de fortes palmadas, portanto. Quando o último grão cai, o guarda toca a corneta e a surra por
feitiçaria acaba. No caso das rebeldes, começa, depois do fim da surra por feitiçaria, a surra por não colaborar com a justiça, ou seja, a das vinte palmadas. Quando essas terminam, o guarda toca
de novo a corneta, e o castigo total termina de vez.
No caso da Sarabi, ela é uma negra muito escura, por isso o vermelhidão das palmadas não apareceram muito. Eu dei tapas muito
fortes nela, para que eu pudesse apreciar meu trabalho. Eu até tinha um pouco de pena da Sarabi, mas gosto muito de apreciar um bumbum bem surrado por mim. Não ficou muito vermelho, mas roxo, e
de perto se podia ver as marcas dos meus dedos. Dizem que a expressão do rosto de Sarabi foi muito comovente, ela começou a chorar antes do primeiro minuto, acho que porque minhas palmadas foram
muito fortes.
Quando tudo terminou, Sarabi desceu chorando do palanque e esfregando o bumbum (que já estava coberto pela roupa dela) com as
mãos. Depois, descobrimos que ela tinha fugido de novo e com o filho bobo do fazendeiro. Mas como dessa vez não teve bruxaria, porque o moço gostava dela de verdade, ela não foi punida. Um ano
depois, Sarabi voltou a cidadezinha, pois o sogro dela já tinha concordado que ela e o filho fossem marido e mulher. Hoje, eles têm 16 filhos, o moço administra o rico latifúndio que herdou do
pai e todos lá são muito felizes. O marido de Sarabi, eu acho, não gosta muito de mim, mas que culpa tenho eu? Fiz o que o Tribunal mandou. Fiz com prazer, é verdade, mas só estava seguindo
ordens.
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