- LUIZA! LUIZA! ELA ESTÁ CHEGANDO!!!!
Era a minha irmã, a Joana, que vinha correndo até a porta da casa avisando que nossa prima Renata estava chegando.
- OLHA LÁ, O CARRO JÁ PASSOU A PORTEIRA, VEM LOGO....
Quando eu sai na varanda o carro já estava parando na porta, o Seu Julio, o capataz, havia ido até a cidade busca-la. Fazia já bem uns quatro anos que não nos
víamos. Nossas mães são irmãs, vivíamos todos na capital e vínhamos passar as férias com meu avô na fazenda. Quando meu pai morreu, minha mãe voltou para cá e ficamos morando com ele. Minha tia e
meu tio tiveram que mudar para o Rio de Janeiro e por isso ficamos tanto tempo sem nos ver. Sempre senti saudades da Renata, das nossas brincadeiras, dos segredinhos e até da cumplicidade em
algumas travessuras. Ela é filha única e, como temos praticamente a mesma idade, sempre fomos muito apegadas. Confiava mais nela do que na minha irmã. A minha grande esperança era que, estando no
fim do colegial, minha mãe e meu avô me deixassem ficar com a Renata no Rio para terminar meus estudos. Por tudo isso hoje era um dia muito especial.
Ao vê-la descer do carro alguma coisa me dizia que as coisas não seriam como antes. Ela estava vestida com um jeans bem apertado e a cintura era muito, mas muito
baixa. Dava a impressão que, se ela sentasse, sua bunda pularia para fora. Vestia também uma camiseta muito justa e fina que acabava bem acima do umbigo e dava claramente para perceber que ela
não estava usando sutiã. Mas passado o choque inicial, afinal ela morava no Rio de Janeiro agora, fui correndo abraça-la. Segundo choque. Ela foi muito fria, educada, amável mas sem aquele calor
de quem reencontra as pessoas que gosta. Fiquei na minha e achei melhor não forçar muito a barra, diferente da minha irmã caçula que logo foi falando que a Renata estava 'metida a besta como o
povo de cidade grande'. Minha mãe mandou ela parar de falar bobagem e irmos todos acompanhar a Renata para dentro de casa para ela cumprimentar o vovô.
Meu avô é bem legal e muito nosso amigo desde que papai morreu e viemos para cá. Pode-se até dizer que, para um homem sem instrução que só morou em fazenda, ele era
bem moderninho. Mas era muito rígido, não era raro eu a minha irmã ficarmos de castigo vez ou outra. Se a falta fosse maior ele não pensava duas vezes para nos colocar no colo dele de bunda pra
cima e nos dar umas boas palmadas. Mas era muito raro.
Quando chegamos na sala minha mãe nos mandou fazer companhia para a Renata que ela iria chamar o vovô no escritório. Nós chamávamos o escritório do vovô de 'a
fortaleza' porque ele não deixava ninguém entrar lá, mas ninguém mesmo, nem a minha mãe. A única pessoa fora o meu avô que entrava lá era a Dna Maria, um empregada muito antiga do vovô que, de
vez em quando, entrava para fazer a limpeza. Com ele junto.
Ele veio logo, com um sorriso tão feliz no rosto que até fiquei meio com dó quando ele viu a Renata naqueles trajes. Ele continuou sorrindo mas sem aquela alegria
inicial. Ele a mediu de cima em baixo, fez um breve mas negativo comentário sobre a roupa que ela usava mas abraçou-a forte mostrando toda a saudade que sentia. Fomos todos para a sala de jantar
tomar um lanche preparado especialmente para a Renata. Conversamos sobre tudo e sobre todos mas minha mãe nos mandou levar a Renata até o seu quarto. Foi quando percebi que eu estava certa quando
a estranhei na chegada. E Renata não era mais aquela pessoa que eu conhecia. Foi só sair da frente do meu avô e da minha mãe que ela mostrou no que havia se tornado. Nariz empinado, botando
defeito em tudo, só as coisas do Rio de Janeiro eram boas, que nós éramos umas caipiras e essas coisas assim. Reclamou do quarto, da cama, da falta de um 'som maneiro'. Eu tentava conversar com
ela como antes mas nós não falávamos mais a mesma língua.
Descemos de volta para a sala e ela novamente virou uma menina educada e gentil. Falava bem de tudo e de todos. Minha mãe pediu para eu e minha irmã mostrarmos um
pouco da fazenda enquanto havia luz do dia que ela iria providenciar o jantar. Eu mostrando a fazenda e ela botando reparo em tudo, reclamava da poeira, dos insetos, que ela não queria ter vindo
e sim ter ido acampar com os amigos em Angra e daí pra frente. Eu já estava ficando meio de saco cheio quando chegamos perto do estábulo. Bem na porta estava o cavalo do vovô, ainda encilhado, e
a Renata falou que iria monta-lo. Falamos para ela que não, que o cavalo ainda era meio chucro e nem nós que estávamos acostumadas o vovô deixava montar.
Tentei ainda segura-la mas não adiantou nada, fazendo que nem nos ouviu ela foi montando no cavalo e saiu trotando. Não andou cem metros e o cavalo começou a dar
uns pinotes e a jogou no chão, quase pisando nela. O Seu Julio foi o primeiro a chegar mas meu avô logo estava lá também. Vendo que ela não havia se machucado, ele pediu para o Seu Julio levar o
cavalo de volta para o estábulo e perguntou o que ela fazia montando o cavalo dele. Ela simplesmente falou que fomos nós que tínhamos falado que ela podia monta-lo, que ele era bem mansinho ideal
para quem não sabia montar que nem ela. Tentei retrucar mas ele não deu oportunidade. Mandou eu e a minha irmã de volta para casa e direto para o nosso quarto. Sabendo que não adiantava responder
fomos as duas rapidamente para o nosso quarto e ficamos lá não acreditando na mentira que a Renata havia contado. Nosso avô chegou logo depois e nos passou um baita sermão sobre tudo de mal que
poderia ter acontecido. Depois veio a parte mais difícil. Fazia muito tempo que ele não batia em nós, principalmente em mim que já estava mais velha, por isso não acreditei quando ele falou que
nós iríamos apanhar. Primeiro foi a minha irmã, ela deitou no seu colo com as calcinhas já arriadas e ele bateu sem dó. Logo a bunda dela estava vermelha como um pimentão. Ela se batia e pulava,
tentando colocar a mão para trás para se proteger mas de nada adiantava. Foram bem uns cinco minutos sem parar. Eu comecei a chorar de pena dela e de ver o que me aguardava. Quando ele terminou
com a minha irmã mandou-a ficar num canto do quarto e se virou para mim. Fui levantando bem devagar e chorando pedi para que ele não me fizesse tirar as calcinhas na sua frente. Não adiantou. Ele
falou que vergonha eu tinha de ter era de tentar machucar a minha prima mas mesmo assim só abaixou as minhas calcinhas depois de eu ter deitado no seu colo. Foi menos embaraçoso. Eu tinha me
esquecido o quanto a mão dele era pesada, mesmo tentando segurar o choro só três palmadas foram o suficiente para me fazer chorar como criança pequena. Chorava de vergonha, de dor e de raiva da
minha prima. Foram os mesmos cinco minutos para mim também e gente, cinco minutos de surra é uma eternidade. Ele não falou mais nada depois que terminou e saiu do quarto. Ficamos as duas deitadas
de bunda pra cima sem coragem de vestir as calcinhas de volta. Depois de uma hora mais ou menos minha mãe veio nos chamar para o jantar que nosso avô estava esperando.
Descemos sem calcinhas para doer menos e nos sentamos com todo o cuidado. A minha vergonha se transformou em raiva quando vi a cara de soberba da Renata. Mas aquela
era hora de ficar quieta e não de complicar as coisas. Depois do jantar ela ainda chegou perto de mim e disse que sua mãe havia lhe contado que o vovô ainda batia em nós mas ela não acreditava.
Tanto que montou aquela cena só para ver se era verdade. Aquilo havia sido demais, se ódio matasse a Renata tinha morrido seca na hora. Mas mais uma vez me controlei porque sabia que nada que eu
fizesse aquela hora iria resolver alguma coisa. O negócio era engolir seco e esperar uma próxima oportunidade.
De noite nem eu nem minha irmã conseguimos dormir. Tínhamos que nos vingar e, se possível, mostrar que éramos inocentes. Pensamos, pensamos mas acabamos por dormir.
No dia seguinte acordamos com o vovô dentro do nosso quarto e a Renata na porta. Do que deu para perceber ela estava toda molhada e eu não entendi porque. Ao tentar me levantar a surra do dia
anterior se fez lembrar pela dor que senti ao me sentar. Meu avô só falou que não sabia porque nós duas resolvemos nos comportar que nem moleques mas que ela daria um jeito nisso. Eu perguntei
sobre o que ele estava falando e ele só mostrou o balde que estava do lado da minha cama e perguntou porque eu havia feito aquilo com a prima Renata. Percebendo o que ela havia armado para nós
tentei dizer que não havia feito nada, nem eu e nem a minha irmã. O vovô não se deu ao luxo nem de responder e já me pôs no seu colo e levantou minha camisola. Palmada atrás de palmada ele não
perdoou o fato de já ter me dado uma surra no dia anterior e bateu forte de novo. Eu queria morrer. Inocente e ainda apanhando de bunda de fora na frente da Renata. Quando meu avô terminou corri
direto para o banheiro e fiquei lá chorando. Deu para ouvir que minha irmã também levou uns tapas mas bem menos que eu. Ela era bem menor e ele provavelmente não quis machuca-la muito.
A minha vida virou um inferno, além da raiva que estava sentindo da Renata tinha que ficar de olho aberto para não cair em outra armadilha e ainda tentar bolar uma
vingança a altura. Até que tive uma idéia tão óbvia que até me fez esquecer a dor e a raiva que estava sentindo.
Primeiro precisava de alguém em quem o meu avô confiasse muito e esse era o Seu Julio. Depois eu precisava achar um gravador velho que eu tinha e ver se ele ainda
funcionava e, por último, precisava explicar direitinho para a minha irmã o que fazer para que nada ocorresse de errado porque uma terceira surra eu não agüentaria.
O Seu Julio não seria muito problema já que ele gostava muito de mim e não seria difícil preparar a sua participação na história, mas tinha que ser numa hora que
ele estivesse por perto porque também não poderia lhe contar todo o plano. O gravador, graças a Deus estava em ordem e, portanto, só restava por o plano em ação.
Ficamos no quarto esperando uma hora que a Renata passasse pelo corredor e a chamamos para dentro. Com o gravador rodando perguntei para ela o porque que ela tinha
armado aquilo tudo para nós. Sem nunca imaginar que duas caipiras estariam gravando o que ela falava, ela nos contou novamente o que já havia me falado antes: que a mãe dela havia contado que o
nosso avô ainda nos batia, que ela queria ver se era verdade por isso armou tudo, que tinha achado muito engraçado por isso tinha aprontado a segunda vez, que fazia aquilo porque a vida naquela
fazendo era uma merda, que nada acontecia e assim por diante. Nem se eu mesma tivesse escrito uma declaração mais incriminadora teria saído tão boa.
Depois de algum tempo ficamos de olho na Renata. Uma hora ela se sentou na sala bem perto de uma janela que dava para a varanda. Sem ela perceber sentamos do lado
de fora e falei para a minha irmã que precisávamos fazer alguma coisa para acalmar o vovô e deixar ele contente conosco. Enrolamos um pouco e 'tivemos' uma idéia brilhante: vamos arrumar o
escritório dele que ele vai ficar muito contente conosco. Vamos esperar ele dormir e vamos lá para preparar a surpresa para ele.
Não precisa dizer que a Renata ouviu tudo e achou que aquela idéia seria excelente para aumentar a confiança do vovô nela. Após o almoço, quando meu avô já subia
para o seu cochilo e eu e a Joana já nos 'preparávamos' para arrumar o escritório do vovô a Renata deu o seu bote. Pediu para a minha mãe fazer um doce tipo compota que dá um trabalhão para
fazer. Minha mãe falou que faria mas eu teria de ajudar. Fingi que não queria mas fui. Sabia que a Renata estaria dentro do escritório do vovô como havia planejado.
Agora só faltava uma coisa: uma testemunha. Falei para minha mãe que iria atrás do seu Julio para que ele trouxesse um pouco mais de lenha. Fui correndo e quase não
o encontrei a tempo. Pedi que ele levasse a lenha e quando estávamos perto da casa fiz que torci o pé e pedi para ele, que havia soltado a lenha, me ajudasse a chegar até a varanda. Lógico que
procurei sentar bem na frente da janela do escritório do vovô para que o seu Julio a visse lá. Ele não falou nada, só olhou e imaginou o que iria acontecer. Me levantei dizendo que não era nada
de mais e voltei para a cozinha ajudar a minha mãe. O seu Julio quando viu que a minha mãe estava fazendo doce ficou com uma cara de água na boca e ela falou para ele buscar uma vasilha que ela
daria um pouco para ele e a sua família. E lá foi o seu Julio.
Depois de uns vinte minutos meu avô acordou, passou na cozinha para tomar um cafezinho e cheirar o perfume do doce que vinha do tacho. E como faz sempre, foi para o
escritório. Voltou rapidamente muito bravo, bravo como nunca o tinha visto antes. Cheguei a me arrepender do que havia feito.
- Quem foi? Quem fez isso? Ele perguntava olhando para todos.
Minha mãe quis saber o que havia acontecido.
- Mexeram no meu escritório, e eu quero saber quem foi... se eu tiver que descobrir vai ser pior.
Ninguém falava nada. Seu Julio, que acabara de entrar com a vasilha na mão, cumpriu a sua parte no meu plano contando que havia visto a Renata lá dentro.
Meu avo mandou todo mundo para a sala, inclusive o seu Julio, e mandou chamar a Renata. Assim que ela chegou, com cara de quem iria ser premiada, percebeu que
alguma coisa não estava certa.
- O que está acontecendo?
Meu avô perguntou se tinha sido ela que havia mexido no seu escritório. Como ela não era burra percebeu que havia sido enganada e já respondeu se defendendo e
botando a culpa em mim e na minha irmã. Falou que tinha sido ela mesmo mas que tinha feito isso porque nós havíamos dito que ele ficaria contente com isso.
- Mentira dela, vovô. Nós nunca dissemos isso, ela sim que fica mentindo e o senhor acredita mais nela do que em nós. E eu tenho aqui a prova que é ela que fica
mentindo só para o senhor brigar com a gente.
Puxei o gravador e apertei o botão para faze-lo tocar. Bom, o gravador, como eu disse, era velho e a gravação estava muito ruim. Dava para ouvir e até para entender
muita coisa mas daí a dizer quem estava falando.... A Renata logo se aproveitou e disse que nunca havia falado aquilo e que poderia ser qualquer uma falando aquelas coisas no gravador.
Meu avô olhou para mim dizendo que depois de tudo que eu havia feito, mandado ela cavalgar o cavalo chucro dele, jogado água nela enquanto dormia, ainda queria que
ele acreditasse que a Renata tinha tido sozinha a idéia de mexer no seu escritório e que aquela porcaria de fita era a confissão da minha prima.
Gelei. Meu plano perfeito estava se voltando contra mim e, com certeza, meu avô iria me dar uma surra como nunca havia me dado antes. Estava quase começando a
chorar, olhando para a cara de vitória da Renata, quando o seu Julio pediu licença para o meu avô para dizer uma coisa.
- Desculpa minha intromissão, patrão, mas eu conheço as meninas faz muito tempo e acredito nelas. Eu mesmo vi a Luisa tentando impedir a menina aí de montar o seu
cavalo e ser empurrada. E essa menina só é educada na frente do senhor porque, quando o senhor está longe, não tem pessoa mais soberba que ela. Trata a gente como se não valêssemos nada e ainda
desmerece as coisas aqui da fazenda. O senhor vai me desculpar de novo mas não sei porque o senhor acredita na Renata, que faz tanto tempo que o senhor não vê e não na Joana e na Luisa que são
duas graças de meninas.
Meu avô ficou mudo mas não deixava transparecer o que estava pensando. A Renata já não tinha aquela confiança estampada no rosto. Meu avô, com sua impassível cara
de jogador de baralho, se virou e encarou a Renata. Ela começou a ficar apreensiva por não saber o que ele estava pensando e acabou por se complicar sozinha:
- Vovô, o senhor não está pensando que o que esse capiau falou é verdade? O senhor vai acreditar nesse cara e não em mim? Num ignorante em vez da sua neta?
- CALADA! E sente-se. Não vou admitir esse tipo de linguagem nem esse tipo de tratamento com as pessoas dessa casa. E fique quieta que sou eu que vou falar agora. Julio, primeiro me desculpe
pelos modos da minha neta. Quero que saiba que você é mais do que parte desse família e, por isso, quero que fique com nós agora. Quanto a Joana e a Luisa, me desculpem por não ter acreditado em
vocês. Acho que por ter ficado tanto tempo longe da Renata eu queria que tudo de bom acontecesse para ela aqui. E quanto a senhora, dona Renata....
Ele não terminou a frase, simplesmente a puxou pelo braço, deu um puxão no seu shortinho, que desceu junto com as calcinhas, e a colocou de bruços no seu colo. E
antes que ela pudesse reclamar de algo uma boa dose de palmadas já havia acertado o seu traseiro. Enquanto seu traseiro não ficava vermelho deu para ver a marca do seu biquíni. Era tão pequena
que dava para ver que não cobria nada da sua bunda quando ia na praia. E acho que o vovô também pensou isso. Foi a surra mais forte que já vi. Muito mais forte do que a que nós havíamos levado. A
Renata chorava muito e o vovô continuava batendo na sua bunda.
- PARA! Ela gritava. JÀ BASTA!
- Menina, você vai apanhar o mesmo tanto que as suas primas apanharam, só que de uma vez só.
Disse isso e continuou batendo. E batia....E batia... Bateu tanto que o meu sentimento de vitória já dava lugar a pena de vê-la naquela situação. A sua bunda já
estava passando de um tom vermelho para um mais arroxeado. E tudo isso na frente de todos e do seu Julio. Ela já havia parado de tentar se livrar ou de se defender das palmadas. Estava lá,
largada, tanto que quando meu avô parou ela não saiu do lugar.
Minha mãe a ajudou a se levantar e vestir o shorts que usava mas ela não deixou. Preferia ir semi-nua para o quarto, mostrando a bunda surrada para todos do que
sentir a dor de vestir o short. Meu avô falou que ela ficaria mais dois dias ainda na fazenda, para se recuperar, e depois iria de volta para o Rio de Janeiro.
Continuamos todos na sala sem dar um pio e nem se mexer. Quando achávamos que o vovô mandaria todos embora ele se virou para nós e disse que tinha algo para acertar
com nós também. Gelei de novo, segurei na mão da Joana e senti que estava gelada de novo.
- Eu não esqueci que as senhoras mandaram a sua prima mexer no escritório mesmo sabendo que eu não admito isso. Também tem a sua parte de culpa nessa história toda.
E então, o que me dizem?
Sabia que não havia nada para dizer. E sem falar nada me levantei e já fui indo em direção dos seu joelhos. Ele me segurou e disse que não iríamos apanhar, apesar
de merecermos. Já havíamos levado duas surras 'de graça' e agora não haveria uma terceira, mesmo merecendo. E que seria também uma forma dele se desculpar com nós por não ter acreditado quando
lhe contamos a verdade. Mas um castigo era certo e que ele pensaria num mais tarde (o que acabou não acontecendo, diga-se de passagem).
No dia seguinte passei na frente da porta do escritório do meu avô e percebi que ele estava falando com a minha tia. Pelo que deu para entender ela brigou com ele
por ter batido na filha dela e ele só falou que, pelas roupas e pelo comportamento da menina, ele imaginava o modo que ela havia sido criada e que quem merecia uma surra era a minha tia. Mas logo
fui embora, mesmo o vovô estando mais bonzinho com a gente, escutar telefonema não fazia parte da boa educação que uma menina deveria ter.
by zefir
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