by zefir

Minha irmã se casou uns dois meses atrás e eu já estou com pena do meu cunhado. Bom, ele não é só meu cunhado. Ele já era meu amigo antes de começar a namorar a minha irmã e depois casar.

Voltando ao assunto, desde o casamento que a Regina (minha irmã) não dá uma folga para o coitado, 'faz isso, faz aquilo' e tudo quanto é tipo de ordem. O coitado vive em função dela e ainda tem de aguentar suas crises de ciúme. Eu não estava mais aguentando ver aquela situação, nem eu e nem meus pais, mas meu pai dizia que aquilo era um problema que eles teriam de resolver.

Respeito muito meu pai mas não dava mais para ser apenas um observador naquela história e resolvi intervir. Num desses almoços de domingo que reúne toda a família, puxei meu o Roberto (meu cunhado e amigo) de lado e comecei a conversar sobre o seu casamento. Foi quando percebi que demorei demais para tomar uma atitude. Ele estava arrasado, pensando em já acabar com tudo mesmo com tão pouco tempo de casamento. Disse que nunca imaginava que ela poderia mudar tanto após o casamento. Contava, com uma ponta de saudades e quase em lágrimas, como ela era carinhosa e meiga antes, como confiava nele e como resolviam todos os problemas conversando.

Vou ser sincero, eu ia somente tentar dizer para ele se impor um pouco mais para cortar as asinhas dela mas ao ver como ele estava tive de ser um pouco mais enérgico.

-Roberto, vou te contar uma coisa que ninguém mais sabe e espero que continuem a não saber mas que acho que pode te ajudar. Já que você está pensando em acabar com tudo, ouça o que tenho a dizer.

Uns tres anos atrás (quando eu tinha 19 anos e minha irmã 17) meus pais tiveram que viajar e deixaram nós dois aqui em Sampa. Meu pai não estava gostando de deixar minha irmã sozinha mas, como não tinha outro jeito, não só me pediu para olha-la como, na frente dela, me deu toda a autoridade quanto ao que ela poderia ou não fazer. Por isso que não estranhei a atitude dela após o casamento, nem bem se viu sem nossos pais em casa, já parecia que era a rainha da casa. Deixou de fazer suas obrigações, começou a voltar mais tarde da escola e, principalmente, começou a querer andar com rapazes. Não sou tão certinho e nem pretendia abusar da autoridade que papai me deu mas vendo a coisa começando a degringolar tive de conversar com ela. O resultado não precisa nem dizer, ela dizia que eu não era o pai dela, que o que papai havia falado me subira a cabeça. etc, etc,etc..

Fiquei na minha mas já pensando que alguma coisa teria de fazer. Preferia mil vezes que meu pai ficasse bravo por eu me exceder na proteção do que acontecer alguma coisa com a Regina. Num sábado toca o telefone em casa, era um amigo meu dizendo que estava num barzinho vendo a minha irmã bebendo e começando a dar bola para um pessoal da pesada lá do bairro. Fui correndo, chegando lá a vi quase sentando no colo de um cara que estava numa mesa só de homens. Peguei-a pelo braço e já fui puxando em direção de casa. Ela xingou, reclamou e ameaçou pedir pros caras da mesa para me baterem. Ainda bem que tinha mais amigos meus lá e os caras também não estavam afim de rolo.

Chegando em casa ela despejou um montão de bobagens, palavrões e tudo quanto é baixaria. Não estava bebada mas um pouquinho alta e não parava de me xingar. Eu fui aguentando sem perder a calma mas não era fácil. Então ela perguntou se eu não ia falar nada.

-Só estou esperando voce se acalmar um pouco para te por debaixo do chuveiro para ver se passa o efeito do alcool e voce acalma um pouco.

Nova sessão de palavrões e coisas do tipo. Logo percebi que esperar ele se acalmar ia demorar muito portanto a peguei pelo braço e levei-a ao banheiro. Não foi fácil, ela parecia aquelas ciranças no supermercado que se jogam no chão, gritam, choram só porque a mãe não comprou um doce. Coloquei-a debaixo do chuveiro e ela continuava reclamando mas a água fria acabou fazendo efeito. Fechei a torneira e mandeia se secar e ir dormir.

Tudo parecia ter acalmado, fui para a sala e liguei a televisão. Como ainda era cedo liguei para minha namorada, que estava trabalhando naquela noite, para ver se me acalmava um pouco. Não deu nem tempo, a Regina veio na sala, com a toalha enrolada no corpo e secando o cabelo, dizendo que ia sair outra vez. Perdi a paciência e comecei a bater boca com ela, foi baixaria atrás de baixaria. Até que eu falei que se ela continuasse a querer sair novamente eu lhe daria uns tapas. Para que, dai que ela começou a me xingar mais ainda, dizer que nem nosso pai fazia isso e que não seria eu que iria bater nela e essas coisas.

Realmente nosso pai nunca encostou a mão em nenhum de nós dois mas ela estava realmente precisando.

-Se voce realmente for sair eu vou te dar uns tapas e assumo na frente do papai quando ele chegar.

-Pois eu quero ver, disse ela já indo para o quarto se vestir.

Comecei a ir atrás dela e, vendo isso, ela começou a correr. Tentei segura-la mas só fiquei com a sua toalha na mão, ela correu para o seu quarto e eu joguei a toalha para evitar que ela fechasse a porta. Vendo que não tinha para onde correr ela resolveu arriscar e me desafiar, achando que eu não teria coragem de bater nela.

Realmente pensei em não fazer nada mas dai não teria como segura-la até a chegada dos meus pais. Como não queria realmente bater nela achei uma saída digamos assim, digna. Uns tapinhas na bunda não iria machuca-la, eu não perderia a autoridade e talvez meu pai não ficasse tão bravo.

Quando comecei a andar na sua direção ela sentiu que a sua tentativa de me desafiar não dera certo e começou a implorar que eu não fizesse nada, que ela não faria mais e coisa e tal.

Sem perdão, numa puxada só, sentei na cama e a coloquei de bruços no meu colo e dei-lhe uma série de palmadas no seu traseiro, não tão fortes mas bem barulhentas. Ela começou a chorar e vendo que a sua bunda já estava ficando vermelha parei, deitei-a na cama e sai do seu quarto.

Depois que passa a raiva é que a gente começa a perceber as merdas que a gente faz com a cabeça quente mas, como desde o começo eu já sabia que teria de assumir o que fiz, fui dormir. Ah sim, tranquei as portas do apartamento e guardei as chaves comigo, só por segurança.

No dia seguinte foi como nada tivesse acontecido a não ser pela extrema docilidade e educação da Regina. Não tive mais problemas com ela e, quando os meus pais chegaram e eu contei a eles o que havia acontecido, ela mesmo falou que ela havia merecido e que eu estava certo.

Posso até dizer que vi, por um momento, um certo brilho nos olhos do Roberto mas ele logo me agradeceu pelo apoio mas que isso não daria certo com ele.

Falei que não estava dizendo para ele bater na minha irmã mas que fizesse se impor porque senão ela não lhe daria sossêgo.

As coisas continuaram na mesma até que, num outro fim de semana que meu pai reuniu toda a família, minha mãe chegou para mim e falou que a Regina havia gasto numa loja de roupas mais do que eles poderiam pagar e que o Roberto não sabia o que fazer, que meu pai já havia se oferecido para pagar mas ele não havia aceitado portanto para eu tomar cuidado com o que falasse para não criar nenhuma situação embaraçosa.

Quando eles chegaram foi tudo exatamente ao contrário de tudo que havia pensado e visto até o momento. Meu cunhado chegou alegre como a muito tempo eu não via e minha irmã era a própria imagem da espôsa dedicada. Fiquei na minha e só fui entender o que havia acontecido quando ouvi minha mãe perguntar para a Regina se ela não iria tomar sol e nadar na piscina e ela falou que não estava com vontade e quando sentava era só de ladinho, com muito cuidado.

Pelo visto eu salvei o casamento dos dois

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