Um mês se passou, desde que o Tiago havia me dado aquelas palmadas. Minhas nádegas há muito haviam voltado a cor rosa claro, natural.
Nesse tempo, eu saí menos de casa, passei a me concentrar mais nos estudos. Meus colegas de farra estranharam minha ausência, e eu dizia que precisava recuperar algumas matérias, e outras desculpas pra não sair.
A verdade é que desde que conheci Tiago eu achava as diversões da noite uma coisa vazia, sem sentido... e os moços que saiam comigo não me atraiam mais de jeito nenhum. Nunca tive muito interesse por eles, na verdade. Mas depois que Tiago pulou em cima de mim, me deitou no colo pra me dar aqueles tapas no traseiro, eu simplesmente não achava possível um deles ser homem pra mim. Eu conversava com eles, ouvia a voz deles, e instintivamente pensava no Tiago, que tinha uma voz ao mesmo tempo firme e calma, pausada e forte, no tom certo. Os via com suas namoradas, elas criticando eles por qualquer coisa, eles aceitando porque acabariam largando elas mesmo, me lembrava então do pai da Graça me alertando que eu estava passando dos limites com ele, e pensava que o Tiago não aceitava desaforo assim fácil por dar muito valor ao que dizia as pessoas que conviviam com ele – ou que podiam vir a conviver...
E um dia a Graça me visitou. Era sobre um outro trabalho que faríamos. Nós nos encontrávamos muito na universidade, nos cumprimentávamos, mas eu tinha vergonha dela e ela de mim. Tanto que me espantei que ela viesse me visitar, mesmo estando nós duas no mesmo grupo novamente.
- Pois é, Ceci. Sinto falta de conversar contigo, da gente estudar junto, como antes... o pessoal também tá sentindo falta, cê nunca mais saiu... que cê não queira mais intimidade comigo até entendo, mas eles nem sabem de nada...
- É... bom, eu tenho muita matéria pra recuperar, por isso saio pouco – na verdade não saia mais nada – mas cê pode aparecer na minha casa sim, se for pra estudar...
- Ora, e o que poderia ser?
Boa pergunta. Não podia dizer que podia ser pra falar do pai dela, que eu sim queria falar do Tiago...
- Cê também, Graça, nunca mais quis puxar conversa comigo... me encontra na faculdade e faz que não me vê, quando tem que falar comigo é só "oi, tudo bem e tchau"... foi teu pai que te disse pra me evitar?
- Papai disse o contrário, pra eu estreitar minha amizade contigo. Disse que cê tem jeito de amiga fiel e além disso é uma donzela, coisa rara, nos dias de hoje... cê agradou ao papai.
- Agradei é? – involuntariamente sorri, mas logo meu sorriso se desfez e eu fiquei emburrada – É muito cínico aquele velho...
- Não sei se ele é cínico ou simplesmente sabe das coisas...
Não respondi, e a Graça me perguntou então:
- Cê é virgem mesmo, é Ceci?
- Ora... cê tem o que com isso?
- Nada... mas acho estranho... cê vivia rodeada de menino, vivia bebendo nas boates, pelo menos até conhecer papai .. e teus pais moram lá na capital... eu ser virgem ainda vá, não gosto de noitadas, saí da roça há pouco tempo, e lá quando um garoto se interessava por mim meu pai olhava ele de um jeito que o pobre faltava se borrar todo... ninguém queria problemas com o velho não... até hoje, quem conhece o papai não quer se meter comigo, só arranjei namorado aqui porque ele não conhecia o velho e quando conheceu já estava louco por mim... mas eu não entendo é sua virgindade... ninguém tá aqui pra te controlar, cê sempre foi agitada e espertinha... só foi fazer papel de boba com papai...
- Se eu for virgem!
- Ah, isso é! Só o jeito que cê ficou quando comecei a falar desse assunto... papai sabe das coisas...
O que mais me indignava era o jeito dela falar e sorrir pra mim, a mesma calma do pai dela, sorria do mesmo jeito, e isso me deixava doida. Corri pro meu quarto e me lembrei que estava na minha casa. Então voltei pra sala. A Graça estava rindo com tanta franqueza e tanta falta de malícia que eu não pude sentir raiva dela, mas ainda fiz um esforço pra parecer emburrada, e perguntei pra ela:
- Bom, cê veio pra cá pra estudar ou pra falar do meu cabaço?
- É virgem, confessa!
- Tá, tá bom, sou! Satisfeita? E cê quer o que, estudar ou falar do meu cabaço?
- Na verdade eu agora quero falar da minha vida com papai, o que tenho certeza cê tá doida pra ouvir...
Fiquei pasma.
- Sobre o que, Graça? Mas eu tenho um trabalho a fazer, cê também...
- Sobre minha vida na roça, sobre papai... o trabalho pode ficar pra amanhã, não pode? Cê quer ouvir, não quer?
Bom, eu estava mesmo a fim de ouvir falar sobre o pai dela. Ela então me contou umas histórias interessantes da vida dela.
"Pois é Ceci, lá na terrinha eu não tinha vez não. Eu tinha que estar em casa logo que anoitecia, se tivesse um baile eu podia ficar lá até as 10 da noite, e se alguém dissesse que eu dancei muito com um determinado moço lá vinha papai, me dava uma pisa e uma bronca no pobre. As broncas do papai eram piores que as surras, tanto que quando ele me batia eu dava graças a Deus porque depois de me bater ele ficava uns meses calado.
E o pior é que os mocinhos também iam nessa, tinham medo do velho, não me paqueravam nem me cantavam por causa do papai. Por vezes, eu queria ficar até tarde num baile, e depois de certo horário eles nem mais dançavam comigo, porque sabiam que o velho podia aparecer a qualquer hora, puto da vida, e brigava com quem estivesse comigo. Além de me bater, é claro.
Um dia, o papai me bateu pra valer, e minha bunda ficou cheia de hematomas. O papai é um cabloco forte, até hoje, de montar cavalo e do trabalho braçal na lavoura, que ele tinha e tem muitos empregados mas supervisiona tudo pessoalmente e por vezes faz trabalho braçal, além de se alimentar bem e viver em cima de cavalo, então é um homem forte."
A quem ela o dizia! Até parecia que minha bunda não sabia da força do Tiago!
"Eu tinha estado em um baile, e passara do horário, e ninguém queria dançar comigo. Eu fiquei lá, insistindo em procurar um par, e os meninos ficaram com raiva de mim, sabe, porque eu estava expondo eles ao risco de ganharem uma briga com o papai.
Um deles, que era espetacularmente belo, dançara uma vez comigo e eu gostei tanto do toque dele que fiquei sorrindo para o ar, pensando nele, mas todos viram isso e me disseram:
- Ele é noivo de outra, cê tá gostando do noivo de outra, seu pai vai te dar é uma pisa no rabo, e das violentas!
Mas eu não liguei. Pelo contrário, ele saiu do baile e eu fui até a casa dele, queria saber o telefone dele, e marcar encontro para mais tarde.
Pois olha meu azar: papai estava na casa do vizinho dele, tinha vindo me pegar que passara do horário, já estava puto da vida, me viu na porta da casa dele, e veio me perguntar o que era aquilo. Duplo azar, a noiva do menino estava dentro da casa, e sabia que eu queria pegar o noivo dela, e não gostara nada dessa história. Saiu puta da vida, e viu papai bravo comigo enquanto eu tentava dar uma desculpa qualquer, e ela não só desmentiu o que eu tentava impingir ao velho como disse que eu fiquei secando o noivo dela o baile inteiro, que eu sabia que ele era noivo dela, e o seguira até a casa dele pra marcar encontro, disse o diabo de mim.
Papai só me olhou e disse pra eu esperar ele no carro, que ele ia me levar pra casa. Eu conhecia o jeito do velho e fui emburrada pro carro, já sabendo: ‘vou apanhar, droga!’
2 minutos depois ele entrou no carro. O olhar era o famoso olhar ‘cê-vai-ver-quando-chegar-em-casa!’, que eu conhecia bem...
Mas me enganei em parte. Não foi preciso chegar em casa. No caminho, no meio daquele mato, ele me disse:
- Descí du carru.
Desci, pensando: ‘será que vai ser aqui, meu Deus, se passa outro carro vai me ver numa tão constrangedora situação...’
E o velho me disse:
- Cê vai é pegá um gaio, limpá u gaio, i integrá na mia mão, qui vô ti dá uma bela duma pisa di vara, i será aqui!
Chorei. Olhei pro papai, suplicando tanto no olhar, e ele disse:
- Si prifirí, dexa chegá im casa, qui tiru u cintu, i ti batu nas costas comu nunca bati antis im filo meu!
Com tais palavras, desisti de pedir qualquer coisa. Papai dava nas meninas de mão ou de chinelo, e nos moços de cinto. A surra de cinto era horrível, os mocinhos ficava até uma semana com as costas inchadas, e chegavam a sangrar. Um corretivo no bumbum era sempre melhor que nas costas, dói menos e passa mais rápido. Conformada, fui atrás de um galho.
Aproveitei pra fazer xixi. Estava apertada, e não queria me urinar na frente do papai, o aconteceria se não me aliviasse.
Não sabia, não perguntei se eu ia apanhar deitada no colo ou fora do colo, de joelhos, ou em pé... se deitada no colo, eu pegaria uma vara pequena, se não seria uma vara grande. Na dúvida, peguei uma vara grande, que ele podia partir ao meio se fosse o caso.
Também era uma vara flexível e resistente, se eu tentasse ser esperta e pegasse uma frágil, ele deixaria pra me dar a surra em casa e lá seria de cinto nas costas, seria pior do que surra de vara no bumbum.
Ele pegou a vara, balançou um pouco no ar, testou a dureza na mão, e me mandou virar as costas e levantar a saia.
- Papai, e se passar um carro?
- U motorista vai ficá sabendu qui moça qui passa du horáriu na rua, dá im cima du noivu dotra, e inda tenta mintí pru pai apanha na bunda di vara! Preferi apanha di cintu nas costas im casa?
Bom, eu virei de costas e levantei a saia.
Com o primeiro golpe, VAPT, eu quase sai da posição, mas me contive, fechei os olhos, mordi a língua, apertei os punhos enquanto segurava a saia levantada, e levei os outros golpes, meu corpo gelado de vergonha, só as carnes ao redor das varadas se esquentavam, mas era um calor que se espalhava por todo o corpo, que em si me fazia bem, embora a dor fosse horrível.
VAPT VAPT VAPT
Durante toda a surra fiquei em pé, parada, com a saia levantada. Minhas calcinhas cobriam toda bunda, e também o comecinho das coxas, mas sob os golpes de vara o tecido foi se rasgando, de forma que após 10 varadas já nada restava pra me proteger, e eu apanhei na bunda pelada. Não tive coragem de tampar o bumbum com as mãos, nesse caso eu deixaria a saia cair e papai continuaria a surra em casa, de cinto. Seria pior.
VAPT VAPT VAPT
No intervalo entre uma varada e outra, eu sentia o vento alisar minha bunda. Era bom também, aliviava a dor e me dava um estranho prazer... mas a dor de apanhar era tão grande que na hora não atentei pra isso, pelo menos não de forma consciente.
VAPT VAPT VAPT
E ele batia... não sei quanto tempo durou, mas quando terminou eu sentia uma liquido grosso e morno escorrendo no rabo... era sangue. Papai me autorizou a baixar a saia e sair da posição. Passei a mão de leve no traseiro, ela voltou suja de sangue... as lágrimas que eu continha explodiram vendo aquilo. Papai se voltou pra mim e mandou eu engolir o choro. Eu engoli.
Entrei no carro e me ajeitei como pude no banco. Encostei as costas na poltrona de forma que o peso do corpo não forçasse o couro da minha bunda contra o couro da cadeira, ficando portanto numa posição muito esquisita.
Logo depois da surra cruzamos com um carro. Eu dei graças a Deus que a surra não durou muito, foi menos de 10 minutos, embora eu não possa precisar quanto tempo.
Quando cheguei em casa mamãe me viu tão abatida e triste que tentou me consolar, mas o papai a proibiu, disse que eu estava de castigo e me mandou pro quarto. Foi deitar, de bruços, é claro, e por muitos dias dormi de bruços. Olha Ceci, eu te contando esta história, me da vontade de alisar meu traseiro, que dói..."
- Cê tinha quantos anos?
- 17.
- Cê podia tê-lo processado!
A Graça olhou pra mim, e disse:
- Bom, o que eu fiz foi procurar de novo o moço, o noivo da outra. Peguei o telefone dele e tentei ligar da casa de uma amiga, pro papai não me pegar. Passei a tomar mais cuidado. Ele não quis nada comigo, disse pra eu parar de ligar pra ele, que senão ele ia contar isso pro meu pai, pro meu pai não pensar que ele estava me dando bola, pro velho saber que eu sim que perseguia ele. Então parei de ligar pra ele. Passei a tomar mais cuidado nos bailes, e tudo mais. As vezes eu me descuidava e fazia alguma coisa errada, e ele me pegava na palmada, quase sempre traseiro vestido, e quase sempre com a mão, como fez c’ocê... mas na ultima surra, que te contei, ele me bateu de chinelo na bunda nua, mas foi porque era caso grave, namorar escondido e ainda mentir pra ele, sem outro motivo que não vaidade, como nessa surra dos meus 17 anos eu fiquei no baile até depois do horário e ainda quis me meter com o noivo de outra... nos dois casos e em outros eu preferi dar o assunto por encerrado e esquecer tudo, como alias o papai também fazia...
- Esquecer... puxa, uma surra dessas nessa idade é uma humilhação...
- Bom, papai te fez o mesmo... mas cê não foi pra policia, foi?
- Ora... tive vergonha, e não quero que se espalhe, e pode acabar não dando em nada...
- Penso igual.
- Mas uma coisa que eu também não faria é continuar a conviver com ele, nem depender dele pra nada...
- E por que não?
- Cê não tem orgulho mesmo não, né Graça!
A Graça me olhou com ironia.
- Ceci, querida, papai é um homem muito legal, ainda mais agora que cresci. Ele me ajuda e muito nessa vida. Ele não é nenhum tirano. Não humilha ninguém. E eu posso ter a vida que quiser, com limites, que no fundo até acho razoáveis. Papai tem umas idéias bobas, mas eu tomando alguns cuidados não me acontece nada. Vou tomar mais cuidado com o meu namoro com o Roberto daqui pra frente. Resolvido meu problema.
Ficamos caladas, uma olhando pra outra.
- Cê não gostaria de visitar minha terrinha, no meu aniversário, que também vai dar num feriado? Só pra desfazer essa má impressão que cê tem do papai? Cê vai ver que ele não é nenhum animal irracional. É um homem que teve uma vida difícil pra criar 12 filhos, ainda mais depois de viúvo. E que quer que seus filhos se comportem e sejam prósperos na vida. As vezes perde a paciência, como todo mundo...
- Cê ainda me chama pra visitar teu pai, depois desta?
- Não, te chamo pra minha festa de 21 anos. Talvez encontre o papai, mas ele não fará nada se cê ficar na sua...
- Bem, vou, mas avise teu pai, viu, pra ele não criar problemas...
- Problemas? Ele vai é achar bom, te ver. Ele te achou uma virgem encantadora...
Fiquei vermelha. A Graça caiu na gargalhada.
- Pois é, minha amiga não quer ir muito mais vai... – ela disse com ironia – é uma boa amiga...
"Será que ela viu que estou doida pra ver o Tiago de novo?" – pensei, quando ela se foi.
Mas eu não sabia o que sentia por ele, exceto vontade de ver, curiosidade por ele, queria saber mais, que homem ele era afinal de contas...
E meu Deus, a história que a Graça me contou me deu uma vontade de me esfregar... meu cabaço estava molhadinho!... fui pro banheiro, tirei a roupa, me olhei me masturbando, gozei pensando na história da Graça, a bunda dela levando varadas ao ar livre, nua bunda debaixo da lua, surra de vara de marmelo no bumbum pelado... ela segurando as saias, as calcinhas dilaceradas pelos golpes de vara VAPT, toda emburrada pra não chorar... tinha tempo que não me masturbava, e nunca antes eu havia gozado assim...
Gozei e olhei pro meu corpo nu, pensando com ternura: "cabaço, cabaço, cabaço..." não era mais a mesma mulher. Não tinha mais vergonha de mim mesma. Que homem realmente era o pai da Graça? Eu logo saberia...
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