Perguntas e Respostas (FAQ)
me avise se sua pergunta não estiver aqui!
(Este trecho logo abaixo não é meu, mas de meu amigo, Mestre Carthagfall, cujo site Spanking no Brasil aparentemente saiu do ar, mas ainda pode ser encontrado através do cache do google. O próprio Mestre carthagfall pode ser encontrado aqui, por quem se inscrever no grupo e tiver paciência.)
P: Spanking é abuso contra menores?
R: Não. Spanking é uma fantasia baseada numa situação de castigo, originalmente aplicado a menores. Mas o "jogo" do spanking, uma das formas mais "light" de BDSM, só ocorre entre adultos.
P: Spanking é abuso contra mulheres?
R: Não. Existem quatro variedades para uma cena de spanking. Em Inglês são chamadas de M/f (homem bate em mulher), F/f (mulher bate em mulher), F/m (mulher bate em homem) e M/m (homem bate em homem). Logo, per sí, o spanking não discrimina os sexos. Ainda assim, essa é uma das questões mais complicadas sobre o tema, e provavelmente a causa principal de cenas de spanking terem sumido das telas de cinema, por exemplo. Por quê? Porque embora muitos homens e mulheres gostem da categoria M/f, para uma sociedade obcecada com o Politicamente Correto, uma mulher apanhando como uma menininha malcriada é sinônimo de submissão feminina.
P: E não é submissão mesmo?
R: O que acontece é que pessoas são submissas ou dominantes. Essa parece ser uma característica que surge naturalmente em cada um, e o sexo (ou preferência sexual) pouco importa. Existem tantos homens quanto mulheres submissas. Agora, aconteceu que durante um longo tempo (toda nossa história até 100 anos atrás para dizer a verdade) houve uma associação entre mulheres e submissão. Na prática, nascer mulher significava ser submissa a vontade do pai/marido para sempre. Isso era "normal" e a maioria nem se dava conta do abuso praticado contra as mulheres que porventura não gostassem de seu papel. Até que, graças a Deus, veio o feminismo...
Pois bem, se a liberação feminina resolveu essa injustiça milenar, dando as mulheres o direito de lutarem e conquistarem o que é seu, ao mesmo tempo criou outra injustiça, tornando monstruosa aos olhos da sociedade qualquer submissão feminina, ignorando o fato de que muitas mulheres, que em todos os outros aspectos de sua vida podem dar graças a sua liberação, precisam se sentir dominadas as vezes. Igualmente, certos homens, que embora gentis e nada violentos gostam de dominar eroticamente mulheres, tornaram-se imediatamente idênticos a Jack o Estripador...
Concluindo, eu novamente repito: Pessoas são naturalmente dominantes ou submissas. Querer negar a todas as mulheres a opção de serem submissas é tão errado quanto o machismo que imperou durante nosso passado. O pior pecado que você pode cometer é contra sua própria natureza. Aceite o que você é e não se preocupe com o que os outros pensarão de você. Essa mensagem, largamente aplicada aos homossexuais, também precisa ser ouvida por todos os dominantes e submissos enrustidos por ai. Enquanto houver o consenso entre as partes, qualquer relação vai ser saudável e enriquecedora. Não se negue ao direito de submeter só porque você é homem e não se sinta uma traidora do feminismo só porque você gosta de se sentir dominada. E se você preferir ser dominada sendo tratada como uma menina levada, pode me procurar. ;-)
P: Certo, me convenceu. Agora voltando ao tema do Spanking em sí: Como a situação acontece de fato?
R: Essa pergunta sempre ocorre aos que nunca participaram de cenas de BDSM e -
P: Pára tudo! Que diabos é isso de BDSM?
R: Ops, quase ia esquecendo de apresentar um vocabulário de trabalho. Aí vamos nós:
BDSM: Bondage, Domination, Sadomasochism (olha, tenho quase certeza que significa isso mesmo) É a sigla utilizada para englobar o amplo espectro das práticas onde uma pessoa está sob o controle de outra. Segundo um amigo, se uma pessoa disser para outra "beije meu cotovelo!" e a outra beijar, isso é uma relação BDSM. :-)
Vanilla ou Baunilha: é o apelido que o pessoal do BDSM dá a multidão "normal". Uma vez que baunilha é o sabor mais "básico" de sorvetes e afins, um baunilha é uma pessoa sem fetiches ou fantasias. Uma pessoa comum, enfim.
M/f, F/f, F/m, M/m: Eu já expliquei essas siglas lá no alto, mas só para deixar completo, esses sinais se aplicam a outros relacionamentos BDSM também, e não só ao spanking. Quem vem antes da barra é a parte dominante. Quem vem depois é a parte submissa. X/f significa homens OU mulheres (ou qualquer combinação de) dominando uma mulher. MF/m significa um homem E uma mulher submetendo um homem. M/ff significa um homem submetendo duas mulheres.
OTK: Se você vem lendo a homepage em ordem então esse é seu primeiro encontro com essa sigla. Significa Over The Knees (sobre os joelhos) e se refere à clássica posição de castigar crianças, com a "vítima" posta de bruços no colo de quem vai bater. Essa é na minha opinião a melhor posição para fazer um serviço bem feito. Não apenas há um contato maior entre quem bate e quem apanha como também a bunda fica perfeitamente exposta. Existem algumas técnicas para maximizar o efeito dessa posição, como erguer a coxa direita (se você for destro) o que faz a bunda da vítima se erguer de encontro a sua mão.
Spanker, spankee, spanko: Spanker é quem gosta de bater (e o meu nick nas salas de batepapo). Spankee é quem gosta de apanhar. Spanko é o nome genérico dos interessados sobre spanking. Logo, spankers e spankees são ambos spankos.
Top/Bottom: Top é o cara que causa dor, bottom quem sofre a dor. Esses são termos genéricos de todo BDSM. Todo spanker é um Top e todo spankee é um bottom mas a recíproca não é verdadeira. Um Switch é alguém igualmente a vontade nos dois papéis. Esse termo também é usado entre os acima (por exemplo: "Você é Spanker, spankee ou switch?")
Dom/sub: DOMinador(a) é quem domina/controla, SUBmisso(a) é quem é dominado/controlado. São termos ainda mais genéricos que Top/Bottom. Todo Top é um Dom (pois tem que dominar para causar dor) mas a recíproca não é verdadeira (um dominador pode não estar interessado em dor física, mas apenas em dominação psicológica)
Safeword: A palavra de segurança, usada para interromper uma cena BDSM caso algo esteja errado. Esse é um dos termos mais importantes e eu vou falar mais sobre ele daqui a pouco.
Esses são os termos importantes para o spanking. Vamos agora dar uma rápida olhada nas outras formas do BDSM, só pra te deixar informado (já que está aqui porque não aprender mais um pouco, certo?)
Bondage: Uma forma muito comum de BDSM. Bondage é amarrar pessoas. Coisas como vendas e mordaças podem ser usadas para melhor efeito, que é o de imobilizar e restringir a vítima. Eu não curto muito bondage, embora reconheça o maravilhoso efeito estético de alguns produtos finais.
Whipping: Chibata, ou chicoteamento. É uma forma de tortura (ver abaixo). Coloco-a separada pois é a que mais se relaciona com o spanking. A principal diferença é que pessoas que gostam de ser chicoteadas geralmente preferem ser amarradas/algemadas antes e o alvo principal do chicote costuma ser as costas e não a bunda.
Torture: Tortura. Outra forma de BDSM. Aqui se usam coisas como velas gotejando e alfinetes e prendedores de roupa aplicados em partes sensíveis do corpo. As vezes Bondage e Tortura são praticados juntos. Embora o spanking possa ser visto como uma forma de tortura (pois também provoca dor) essas praticas são geralmente colocadas separadas, pois o spanking geralmente é servido acompanhado de rituais próprios.
Enema: ops... chegamos nessa parte. Enema é ainda outro aspecto do BDSM. Enema para quem não sabe é uma lavagem intestinal. Na prática a vítima tem um tubo de borracha enfiado na bunda por onde passa água quente. (com possível adição de sabão, glicerina ou outros temperos) Isso é exatamente o que sua vó receitaria para prisão de ventre e outros males. Muitos acham isso erótico. Muitos praticantes de spanking sentem-se também atraídos pela prática do enema. Eu não.
Golden Shower: Ou duchas douradas, ou fascinação por urina. Não é a minha praia. Existe também a fascinação por fezes, mas eu consigo me interessar menos ainda por isso do que me interesso por urina. O lance aqui parece ser uma atração por coisas podres/excrementos. Não vejo graça nenhuma nisso, mas se é isso que você curte, assuma seus desejos e seja feliz.
TV, Sissy: Travestismo forçado. Homens que curtem serem vestidos em roupas de mulheres e tratados como garotinhas. Não está necessáriamente ligado ao homossexualismo (a maioria quer ser forçada por mulheres a se vestir em corpetes rendados). Pode ou não vir acompanhado por outros jogos, geralmente bondage ou um pouco de spanking (quando a "garotinha" não se comporta como deveria)
Infantilismo: Aqui homens e mulheres crescidos gostam de sentir-se como crianças pequenas. Coisas como fraldas, talco e chupetas são utilizadas para recriar o clima de um berçário. A graça aqui é sentir a vulnerabilidade total de um bebê de colo. O spanking (e o enema) são as vezes praticados em conjunto com o infantilismo, no caso dos bebês se comportarem mal. Pessoalmente, eu prefiro que minhas "meninas" sejam um pouco mais crescidas, mas não tenho nada contra passar uma noite tomando conta de uma nenezinha levada >;-)
Foot Fetish: Não é BDSM e sim fetichismo, mas está incluído aqui por ser uma fantasia muito comum. É a fixação pelos pés e pernas. Tem gente que gosta de vê-los descaços, outros em saltos altos(ou altíssimos). Outras partes do corpo que despertam o interesse são as unhas e os cabelos. Atração por peitos, bundas ou pelas partes própriamente erógenas não é exatamente fetiche, pois fetiche é o interesse por alguma parte/objeto/situação que não esteja normalmente associada ao coito. No meu caso, eu tenho um fetiche por bundas vermelhas e quentes...>;-)
Bem, acho que isso é só por enquanto. Termos mais exotéricos podem ser explicados mais tarde. Agora... Onde nós estávamos mesmo?
P: Eu tinha perguntado como um spanking acontece de fato.
R: Bom, a não ser que os praticantes curtam causar problemas em público em primeiro lugar procuram um local onde possam estar sozinhos. Qualquer local que permita de privacidade vai servir. Se quem vai apanhar gostar de gritar e se espernear um local mais privado vai ser necessário, a não ser que os praticantes considerem erótico ter os vizinhos/senhorio/polícia batendo na porta...
Uma vez que o local esteja assegurado, os participantes podem se vestir a caráter para a cena. Se o cenário preferido é "papai/filha levada" (observe que eu só vou falar de cenas M/f) o cara pode colocar um terno, camisa social e gravata, algo assim. A mulher pode prender o cabelo num rabo de cavalo ou maria chiquinha, e vestir roupas que uma menina poderia usar (na falta disso uma simples calcinha rosa com bichinhos faz maravilhas). Demais acessórios podem ser conseguidos sem muito esforço (digamos um boletim escolar cheio de notas vermelhas)
Com o local e os atores a postos a ação pode começar. Mas antes define-se qual vai ser a palavra de segurança...
P: Lá vem você de novo com esse termo. O que é isso afinal?
A palavra de segurança é um termo fora de contexto (por exemplo, "queijo", "cadeira" ou o sobrenome de um dos participantes) que é escolhido pelos participantes de uma cena BDSM antes de seu início. A regra mais importante é: Assim que um dos participantes falar a palavra de segurança a cena é imediatamente encerrada. Os participantes saem de seus papéis e podem então conversar para entender o que deu errado. Se a cena envolver bondage de algum tipo o dominante deve imediatamente soltar/desamarrar quem está preso. Num spanking quem está apanhando é solto da posição onde está sendo mantido.
O porquê dessa palavra? Nem sempre tudo é perfeito numa cena. Alguma coisa pode dar errado, e se por acaso quem estiver sendo castigado tiver que parar, simplesmente pedir para parar não vai funcionar. Pois dentro de uma cena, a parte dominada pode pedir e implorar para ser libertada enquanto o que realmente deseja é que o castigo continue. Pessoas estão representando papéis numa cena, e no nosso exemplo, a garotinha levada vai provavelmente implorar para o "papai" parar de bater e tentar se soltar por conta própria - o que só vai deixar o papai mais irritado, fazendo o castigo aumentar.
Mas se por acaso a mulher por trás da garotinha precisar realmente que a surra acabe tudo que tem a fazer é dizer a palavra de segurança. Simples assim. Lembrem-se que o consenso deve sempre existir. Concluindo: A palavra de segurança não faz parte da cena, ela encerra a cena. Se o objetivo da parte submissa é sentir-se dominada, a palavra de segurança não deve ser usada a não ser em emergências.
P: Entendi. Isso nos leva de volta a cena. Com a palavra de segurança escolhida o que acontece?
R: Basicamente a menina levada vai ter um tempo quente. >;-) Nesse ponto a ação fica a cargo do gosto de cada um. Eu prefiro começar repreendendo a menina, deixando bem claro o que ela fez de errado e porque eu terei que bater nela. Finda a explicação eu a levo até um sofá, cadeira ou cama, me sento, coloco-a de bruços no meu colo, (ela ficará bem ser segura se gostar de se debater e/ou tentar se soltar) removo as camadas de roupa que ela estiver usando sobre a bunda e começo a bater.
P: Assim direto?
R: Já disse, cada caso é um caso. As vezes é legal começar devagar, dando uns tapas ainda sobre a saia, shorte ou o que quer que seja, para depois ir "aquecendo" (literalmente >;-)) com tapas mais fortes e removendo as roupas uma de cada vez. Em outros casos uma aproximação mais "direta" é apropriada.
P: Só se usa as mãos para bater?
R: Não. Implementos podem e geralmente são usados. Aqui no Brasil, a ferramenta mais usada na bunda de crianças levadas é um chinelo. Tem gente inclusive que só curte apanhar de chinelo. Sandálias havaianas tem um bom fã clube em nossas terras. Cintos também são boas pedidas, embora o jeito mais apropriado de se castigar com um cinto não seja sobre os joelhos, mas com a vítima deitada de bruços na cama ou em pé, com as mãos segurando os próprios joelhos. Tábuas de vários tipos também podem ser usadas. Nos colégios americanos usavam-se "palmatórias" parecidas com raquetes compridas para se bater nas mãos e bundas dos alunos desobedientes. Na falta de uma dessas uma raquete de pingue pongue pode ser usada. Outra grande preferida no hemisfério norte é a escova de cabelos, que substitui o nosso chinelo no imaginário popular de lá. Só servem aquelas escovas que tem um lado chato, de preferência as feitas de madeira ou plástico pesado. Usa-se o lado chato para bater, embora hajam alguns usos criativos para o outro lado também...
P: E depois da surra?
R: Depois da tempestade a bonança. Dependendo da situação, a menina pode ser posta de castigo, de frente para a parede, para pensar no que fez. Posso também colocá-la sentada no meu colo (tem um jeito de fazer isso sem irritar muito a bunda ardida) e niná-la por ter sido uma menina corajosa... Mas isso depende muito...
P: Hm... Eu não vi você falando sobre sexo em nenhum momento. Por quê?
R: Porque uma coisa não é necessariamente ligada na outra. Esse é um dos assuntos mais delicados e pessoais de uma cena de spanking. Basta apenas que se diga que eu nunca forço uma relação depois da surra. A coisa pode ocorrer naturalmente depois, ou vários encontros depois, ou nunca.
P: O spanking não é erótico então?
R: Errado. Spanking é uma das experiências mais eróticas que eu conheço. Só que as partes envolvidas estão geralmente mexendo com sentimentos profundos, de carinho, humilhação e culpa, e sexo nem sempre é a consequência apropriada. É perfeitamente normal para mim simplesmente colocar uma "menina levada" para dormir com um beijo de boa noite (na testa ou na bochecha) após uma surra. Penetração não é o fim de todo relacionamento erótico e as pessoas precisam ter isso em mente.
P: Você falou de sentimentos profundos. Você acredita no spanking como psicodrama então?
R: Sim. Nem sempre isso é o caso. Tem mulheres que simplesmente querem levar uns tapas, mas para algumas isso se relaciona a desejos e medos profundos do inconsciente.
P: Você não tem medo de causar problemas na cabeça dessas outras mulheres?
R: Na verdade tenho sim. A mente humana é uma máquina muito complicada e ninguém sabe como as pessoas reagirão ao verem seus desejos subitamente realizados. Eu não vou mentir só para conseguir garotas levadas. Isso também se aplica a todo BDSM. O que está em jogo é a sua saúde psicológica e tudo que eu peço às "interessadas" (e interessados também!) é: Considerem bem o que vocês querem antes de se envolverem com BDSM.
P: Como foi que você tomou a sua decisão?
R: No meu caso eu nunca tive escolha. Eu me interesso por spanking desde que eu me entendo por gente. Mudar meu interesse significa mudar toda minha estrutura psicológica, e eu não pretendo fazer isso só para me adaptar ao que a sociedade considera "normal". Depois de considerar a alternativa decidi me aceitar da forma como sou: Um cara que gosta de bater em mulheres. O fato que eu só faço isso nas que gostam de apanhar deveria ser o bastante para deixar todo mundo feliz.
P: Você apanhou quando criança?
R: Sim. Tanto do meu pai quanto da minha mãe. Não foi erótico na época e continua não sendo erótico hoje em dia quando recordo da experiência.
P: Tem gente que lembra das surras da infância de forma erótica?
R: Tem sim. Muitos descobrem-se interessados por spanking após apanharem ou testemunharem uma surra. Acho que essa inclusive é a situação "normal" de se tornar um interessado ou interessada.
P: Você bateria em seus filhos?
R: Em resposta a um ato direto de rebeldia ou uma ameaça a segurança pessoal de alguém, talvez... Muitas vezes crianças agem de forma a pedir uma surra, seguindo desejos internos de autopunição. Mas eu não sei se fazer essa vontade delas seria apropriado. Eu nunca bateria nos meus filhos num momento de raiva ou frustração. Pensando bem, eu chego a conclusão que spanking é bom demais para as crianças de verdade. >;-)
Bem pessoal, esse é o fim de nossa seção de perguntas e respostas. Espero que ela tenha esclarecido mais que criado dúvidas. Vocês são encorajados a escreverem fazendo novas perguntas. (usem o email ou o quadro de recados)
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